Ela voltou. Caminhou pelo quarto em silêncio, os olhos ainda marcados pelo choro que com certeza tentou esconder. A camisola que vestia fazia tudo nela parecer ainda mais frágil... E mais improprio.
Era só uma menina.
Me virei de costas, tentando sufocar o nó que se formava na minha garganta. As paredes pareciam me esmagar. Essa merda toda estava virando um teatro de horrores.
— Dante...? — a voz dela quebrou o silêncio. — Ainda esta irritado?
Soltei o ar, rindo sem humor.
— Não, Serena. To ótimo. Só estou pensando em como vou te cortar para manchar o maldito lençol.
Ela congelou. Literalmente. Senti o corpo dela endurecer do outro lado do quarto.
— O que...? — sussurrou, horrorizada.
— E simples. — falei, me virando devagar. — Se tiver sangue, ninguém vai questionar nada. Não vai precisar... — fiz um gesto com a mão — ... Forçar nada intimo entre a gente.
— Porque você tem tanta aversão a mim? — ela perguntou, a voz embargada, mas firme.
Fechei os olhos por um segundo.
Ela não fazia