A floresta parecia sustentar a respiração naquela noite. Cada folha, cada ramo, cada corrente de vento carregava consigo um presságio antigo, como se as árvores, testemunhas silenciosas de eras esquecidas, pressentissem o que estava prestes a acontecer. Lysandra caminhava sozinha à margem do rio que cortava o território da matilha, o som suave da água tentando aliviar o peso que carregava no peito. Mas nada seria capaz de afogar a inquietação que a consumia.
A vitória recente sobre Viktor fora uma conquista amarga. Amigos haviam tombado. Outros, desaparecido sem deixar vestígios. E, acima de tudo, a revelação de que sua mãe, Helena, e os leais a ela estavam aprisionados em um limbo sombrio, mantido por maldições ancestrais, corroía a jovem alfa por dentro. Ela sabia que o tempo estava se esgotando.
O som de folhas sendo pisadas sob patas pesadas quebrou o silêncio. Lysandra virou-se, alerta, mas não sentiu ameaça. Ao contrário — o ar ficou carregado de uma energia antiga, poderosa, co