O primeiro raio de sol atravessou as cortinas pesadas do quarto real, tingindo de dourado as paredes de pedra e o leito coberto de pétalas. O silêncio era quase sagrado, quebrado apenas pela respiração tranquila que preenchia o espaço. Eliara abriu os olhos lentamente, ainda envolta na sensação da noite anterior. Por um instante, pensou que sonhava: o calor ao seu lado, o peso protetor de um braço sobre sua cintura, e a certeza de que não era mais prisioneira, mas rainha.
Virou-se devagar. Valkar dormia, os traços duros suavizados pela vulnerabilidade do sono.ela agira o via sem a máscara de rei, sem a sombra do guerreiro. Apenas homem, um lobo. Apenas seu.
Um sorriso tímido se desenhou em seus lábios. Tocou o rosto dele, traçando com a ponta dos dedos a linha da barba, a cicatriz no maxilar, a força adormecida que sempre carregava. O peito largo subia e descia com calma, como se até o lobo que nele habitava tivesse encontrado repouso.
Valkar abriu os olhos de repente, como se in