Narrado por Giovani Ferreti:
Passei o resto da tarde com Antoni mergulhado em mapas, registros financeiros, dossiês sobre os Rossi e os Carllucci. Cada nome que aparecia em vermelho era um alvo. Cada rota de transporte, uma veia a ser cortada. O império deles cresceu demais na ausência do meu pai — e ainda mais durante o vácuo de poder que a morte dele deixou.
Mas agora, eu estava de volta.
Planejamos até o último detalhe. As ligações certas. O dinheiro para os subornos. Os acertos com antigos aliados. Tudo precisava ser meticuloso. Precisava ser rápido. Preciso como uma bala na testa.
Na noite seguinte, me despedi de Antoni. Não houve abraços, nem lágrimas. Só um aperto de mão longo demais entre dois homens que se conheciam melhor do que qualquer palavra permitiria.
Ele me encarou como se soubesse que eu não voltaria o mesmo. Talvez porque, no fundo, eu já tivesse deixado de ser aquele menino que ele salvou.
Depois que a porta do quarto se fechou atrás dele, fiquei ali sozinho, encar