— “CINCO MILHÕES DE DÓLARES PARA A MENINA DE VERMELHO!” Todos olharam para o dono da voz, apenas para ver um homem paralisado empurrando uma cadeira de rodas em direção à primeira fila. Os olhos de Marina estavam cheios de lágrimas, ela não conseguia acreditar que o marido a havia leiloado. —¡Vendida! Marina Andrade foi vítima da mais amarga traição durante sua lua de mel na Escócia. O marido, afogado em dívidas de jogo, oferece-a num leilão clandestino. Anos depois ela descobre que perdoar nem sempre é o ato mais nobre. Gavin MacLeod é um homem deprimido com a morte de sua esposa e filho. Ele vai para o Rio de Janeiro e descobre que a esposa do sobrinho está desviando dinheiro do banco do pai. Quando a mandou para a prisão, ele não esperava que sua vida desse uma reviravolta tão grande. Marina não é apenas a esposa do sobrinho, é também a mulher que lhe deu uma razão para viver. Marina deve navegar por um labirinto de segredos e lealdades divididas para se salvar, mas acima de tudo para salvar seu filho.
Ler maisGavin ficou tentado, mas não conseguiu, ele se orgulha de ser um homem leal e sem máscaras, apenas a infeliz situação com Marina era questionável em seu comportamento. Ele sorriu com Camila, também não queria que ela ficasse chateada. —Estamos em aliança com os MacTavish, mas graças à intervenção de Marina, não posso pedir permissão para invadir o território deles para ir com você às terras baixas. — Por que não? Nenhum MacTavish deveria se importar com quem o chefe MacLeod dorme. —Não vale a pena, não farei isso. Camila se aproximou dele. —Então vamos fazer isso agora, aqui, no seu escritório. Gavin ficou irritado com a insistência de Camila. —Você sabe perfeitamente que eu não faço sexo dentro do castelo. Se você acha que insistir nisso vai me tentar, isso me ofende. Somos racionais e não bestas. —Se for por causa da Sofi, você já pisoteou a memória dela ao se casar com Marina, ela está até tirando os móveis do ateliê como se pudesse apagar o seu passado c
Gavin odiou toda a conversa.—Você sabe perfeitamente que é minha esposa, mas não pode ir além da minha autoridade, entendeu? —Perfeito —disse Marina, levantando as palmas das mãos—. Você quer que o armazém continue uma bagunça? Bem, você quer que as aves morram de frio? Sem problemas. —Eu gerencio meu clã de maneira eficiente. —Não é verdade, quem administra é Camila, uma mulher amarga e má. —Não há razão para você se expressar assim, ela conhece suas obrigações e nunca passa por cima de mim. —Ela se enganou, o peixe ficou exposto. —Foi danificado? —Não, mas o cheiro de peixe atrai moscas. —Por favor, está a uns quatro graus Celsius—, Gavin retrucou ironicamente. Qual mosca? Marina cerrou os punhos. —Bom, mesmo que não haja moscas, não há justificativa para os peixes passarem uma noite sem refrigeração. —Foram apenas algumas horas, se o peixe estivesse em mau estado não o teriam preparado. —O cheiro era enjoativo, as caixas estavam cheias de água
Fiona estava voltando da capela para o castelo quando encontrou Ewan no caminho. — Você ainda gosta de se molhar na chuva — murmurou Ewan ao vê-la. —Sabe, nem tudo muda na vida. —Talvez você simplesmente não aguente os pecados que traz e precise bater no peito na capela. —Boa tarde, Ewan —disse Fiona, querendo passar por seu lado. —Não me importa o quanto você negue, eu sei que Camila é nossa filha. Fiona se virou e encarou Ewan. —Você está maluco, Camila é filha de Fergus e Prudence, que descansem em paz. —Camila é exatamente igual à minha mãe. —Nossa filha morreu ao nascer. Ewan se aproximou. —Você e Prudence estavam grávidas na mesma época… —E você não tinha uma desculpa plausível para não estar comigo quando eu mais precisei de você, muito menos pode vir agora me acusar de alguma coisa. —Você ficou noivo, pensei que não tinha sido nada para você. —Meu pai me contratou com um tirano e você me abandonou, meu marido era um bárbaro que me deix
—Elsbeth, depois do almoço quero que você me leve aos armazéns, me apresente ao pessoal, me mostre tudo que preciso saber para administrar esse castelo. —Senhora, agora é diferente, o homem disse que você deveria perguntar tudo a Camila... —Eu não ouvi essa parte Elsbeth, você sabe, eu tenho problemas de memória —Marina piscou e a velha sorriu. —A verdade é que agora não tenho a mesma concentração de antes, os anos estão me afetando. Os dois sorriram e passaram a servir o almoço aos clãs, eram poucos os que escolhiam peixe com medo de experimentar uma comida nova, então a feijoada acabou e sobrou peixe. —Preciso do peixe que sobrou para ser desfiado, amanhã faremos um bolo com batata, então vai ficar muito bom, vou precisar de alguns temperos e alcaparras, espero que tenham e não estraguem o clã por umas alcaparras. Elsbeth olhou para ela com um sorriso. —O patrão nunca foi mesquinho, acho que ele ficou com ciúmes. Marina franziu a testa, mas sorriu. —Você
—Bom, comida não vai ser desperdiçada, prepare o peixe —decidiu Camila. —Se o desperdício te faz tanto mal, deixa que façam o peixe, mas aposto que só você vai querer comê-lo —confirmou Marina. Camila observou a atitude desafiadora de Marina e sorriu, balançando a cabeça. —Ok, vamos ver o que Gavin pensa sobre isso. Camila virou de costas e Marina procurou o avental do dia anterior e amarrou na cintura. —Agora vou te ensinar como preparar esse prato, é muito simples. A cozinha se encheu de risadas infantis, Cris sempre gostou da tarefa de escolher os feijões já que podiam ter pedrinhas, galhos ou grãos em mau estado, e o restante das crianças achou mais interessante, principalmente porque começaram a jogá-los umas nas outras. Marina entrou na travessura infantil, fazendo os pequenos rirem. As mulheres do serviço sabiam que Marina havia se metido em problemas, mas gostaram de sua coragem ao enfrentar Camila, especialmente Elsbeth, que ficou contente por isso. —Fi
Marina acordou antes do sol nascer sobre os morros, viu pela janela na poltrona que descobriu ser muito confortável e aconchegante, uma escrivaninha sem graça e antiga que contrasta com o resto do mobiliário moderno, entre livros de poesia ela se sentiu muito confortável. Ele observou enquanto o céu ganhava tons dourados. Embora sua memória ainda fosse um enigma, ela não conseguia tirar os olhos de Gavin da cabeça, sentia um arrepio involuntário só de pensar nele. A sensação não é desagradável, apenas o conhecimento de que o sentimento não é correspondido. Marina se levantou com uma determinação férrea, ela lutaria por seu casamento, para pelo menos conhecer Gavin, para entender por que era tão impossível para eles terem um casamento normal. Assim que ela saiu do quarto para ir com Cris ver como a manhã amanheceu, ela se deparou com Elsbeth, ela estava conversando com Fiona e eles sorriram ao vê-la. —Bom dia —Marina cumprimentou em português e Fiona respondeu, não Els
Último capítulo