Narrado por Giovani Ferreti:
O cheiro dela ainda estava na minha pele. Um perfume doce e quente como as flores daquela estufa. Meus lábios ardiam do beijo. Minhas mãos ainda tremiam do toque. E, mesmo assim, tudo que pude fazer foi vê-la partir — apressada, os cabelos desgrenhados, o vestido colado ao corpo. A cada passo apressado que ela dava entre os corredores do jardim, mais distante ela ficava de mim.
— Ella… — chamei, rouco, quase sem ar.
Mas ela não se virou.
Ficou para mim o gosto. A lembrança. A dúvida latejando no fundo da garganta.
Mas ela não se virou.
Ficou para mim o gosto. A lembrança. A dúvida latejando no fundo da garganta.
Ajustei o paletó, respirei fundo e segui de volta para a mansão como quem recoloca a máscara. A noite ainda não havia acabado — e lá dentro, o jogo real começava. Voltar ao salão era como retornar a uma arena: rostos, taças, sorrisos falsos, e cada um daqueles filhos da puta esperando o mínimo deslize.
Irina foi a primeira a me ver atravessando os