Narrado por Antonella Bellini
A música soava abafada por trás das portas pesadas do salão principal, mas meu corpo ainda vibrava de outra melodia — uma feita de beijos, toques e desejos sussurrados entre folhas e flores.
Entrei no salão com o passo incerto, sentindo o cetim colado entre minhas pernas, a umidade escorrendo como uma lembrança que meu corpo não queria esquecer. O coração ainda batia rápido, a respiração presa entre os lábios que ele havia marcado com a língua e os dentes. E o pior? Eu não conseguia odiá-lo por isso.
Mas bastou ver a figura de Scarllet cruzando o salão, desesperada, os olhos marejados, correndo em direção aos banheiros, que tudo dentro de mim ferveu.
Fui atrás.
Empurrei a porta do lavabo feminino com força contida, e encontrei minha irmã apoiada na pia de mármore, o rosto enterrado nas mãos trêmulas, soluçando como uma criança que não compreende a maldade do mundo.
— Scarllet? — minha voz saiu mais firme do que eu esperava. — O que houve?
Ela me olhou, e