Mundo de ficçãoIniciar sessãoEu engulo em seco enquanto ele dá mais um passo. Há tanta resolução em seus olhos conforme ele se aproxima mais, que eu fico estacada sem conseguir quebrar nosso olhar.
Sinto agora perdendo a batalha, ele está minando minhas forças em querer me afastar dele. Sinto seu cheiro que vem com uma rajada de vento. Deus! Seu perfume maravilhoso é afrodisíaco, um convite à paixão. Ele ergue a mão, eu quase pulo. Hassan coloca uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha com ínfima delicadeza, seus olhos são ardentes nos meus: —Todo relacionamento é assustador no começo. Sentimentos crus, como sentimos um pelo outro assustam. Eu pisco com suas falas. O bom delas é que elas me fazem recobrar a consciência do meu maior medo. Ele é árabe! Eu não vou deixá-lo dominar minha mente. — O ponto é que não gosto de sua cultura machista. Não gosto de assistir as mulheres seguindo seus maridos todas cobertas, enquanto eles andam na frente, donos de si, e elas seguindo atrás deles como umas cordeirinhas. Não acho certo o que vocês fazem. Saem com uma mulher de outra cultura sem a intenção de ter algo sério com ela. Ou no primeiro obstáculo que a família árabe coloca, as deixam como se elas não tivessem representado nada para vocês. E muito mais que eu, você sabe que o casamento no mundo árabe é um negócio. Usado como instrumento de controle, para transmissão do patrimônio de vocês, com seus acordos familiares. Mulheres como nós é para serem usadas e depois descartadas. Boa noite, passar bem! Cada palavra que eu disse, eu senti como aquele sininho do ringue tocando com minha vitória. Hassan me olhou o tempo todo calado, sem reação, minhas palavras pareceram tirá-lo fora do ar e eu me aproveito do seu aturdimento para me afastar dele. Saio das lembranças e suspiro. Agora estou aqui na minha cama revivendo tudo. Sei que agi certo, mas estou com aquele inexplicável sentimento de derrota. Não me sentindo vitoriosa por dispensá-lo.Hassan
Estou no quarto do hotel.
Até agora não consegui dormir. A imagem tentadora daquela garota está na minha cabeça.
Quando ela dançou, pensei que fosse mais velha por causa da maquiagem. Vê-la sair do camarim com o rosto limpo, surtiu um efeito devastador em mim, além de ela ser mais jovem do que eu imaginava, fui imediatamente cativado por sua singela beleza. Um rostinho de um anjo e olhos verdes brilhantes foi uma agradável surpresa.
Quase recuei.
No entanto, o lobo que habita em mim me disse alto em bom som: "Você não pode deixá-la ir assim."
Então, cheio de más intenções eu a convidei para sair.
Uma nova surpresa: seu jeito ressabiado em me encarar, me hostilizando foi um baque. Lutei muito para manter minha compostura, manter meu rosto enigmático.
Nunca me aconteceu algo assim.
Cada negativa que saía de seus lábios com meu convite, mais me motivava. Eu queria provar a ela o quanto ela estava errada de nos negar o prazer que teríamos na companhia um do outro.
Minha posição social, financeira, sempre me foi um grande facilitador para obter a mulher que eu desejasse. Lindas mulheres de mentes vazias estavam sempre prontas, loucas para me satisfazer.
Nunca precisei perseguir mulher nenhuma, mas também nunca saí com as certinhas, justamente para elas não se apegarem a mim.
A verdade que não encontrei a certinha. As coisas são bem liberais por aqui...
Bem, voltando ao meu raciocínio, as mulheres que saí, sempre souberam seu papel em minha vida. Uma curtição, algo momentâneo.
E mais!
Nem posso me envolver com elas. Sou Príncipe Hassan Kabal Al-Assad, filho do Sheik Rashid Kabal Al- Assad do clã de Sunar e um dia assumirei o papel de meu pai e tenho toda uma tradição a ser seguida.
Todos esperam que eu me case com uma mulher do meu povo. A escolha acertada da esposa é de grande seriedade. Ela terá um papel fundamental na vida de nossos filhos. Ela será responsável por transmitir a herança, passar nossa história, nossas tradições...
Sorrio quando a imagem daquela garota vem na minha mente. Seu narizinho em pé, seu jeito determinado em me afastar... e ao mesmo tempo tão afetada por mim.
Admiração pelo "cantor"?
Duvido!
Ela pensa que me engana com aquela carinha birrenta, aquele jeitinho hostil em lidar comigo. Mas aquele corpo está louco para ser tocado por mim, e aquela boca louca para ser beijada.
Menina esperta! Ela me sacou!
Tudo que ela disse foram apenas verdades. Eu não fui com boas intenções falar com ela.
Sim, ela seria um divertimento momentâneo. Também, eu não esperava que ela fosse tão nova.
Ah, mas inocente ela não é....
Meu coração se agita de repente e eu me questiono: Ou é?
Não! Não pode ser! Não nesse país.
Balanço a cabeça tentando afastar a imagem tentadora daquela garota.
Uma pena...foi bom sentir o que provoco em seu corpo. Percebi como ela ficou inquieta com a minha aproximação...
Agora tenho que resisti-la.
Allah! Será um sacrifício vê-la se apresentar toda a noite e não poder tocá-la.
Agora me pergunto: Vou desistir mesmo?
Nunca perdi uma batalha!
Já sei! Darei um tempo. Enquanto isso pedirei para meu conselheiro fazer um dossiê de sua vida. Então um sentimento contrário me toma: o temor.
Allah! Não!
Isso significa estreitar a relação. Saber mais dela é aprisionar minha alma. E eu preciso dela livre para que eu me unir a uma mulher do meu povo, escolhida a dedo pelo meu pai.
Meu pai tem me cobrado incessantemente que eu me case. Tenho adiado isso com a promessa que logo me submeterei ao casamento. No fundo tenho adiado, meu maior medo é me unir a uma mulher só pelos predicados dela. Todos os seus requisitos necessários para ser uma boa esposa, mas ela me fazer infeliz.
O perfeito é monótono...
A submissão é monótona...
A mulher que quero me casar tem que mexer as coisas aqui dentro!
Cordeirinhas...Sorrio quando me lembro das falas da odalisca e a ansiedade de vê-la novamente aumenta, me atiça.
Nem perguntei seu nome...
Sorrio
"Seja paciente! a paciência é a chave da solução." Digo para mim mesmo, recitando um antigo provérbio árabe:
As mulheres americanas são muito liberais.
Por que poupá-la? Para outro fazer meu papel de garanhão e conquistá-la?
Não! Eu quero fazê-la gemer de prazer nos meus braços, fazê-la engolir cada palavra que a atração entre nós é unilateral.
Hah!
Eu a quero na minha cama e aquela boquinha esperta fazendo muito mais do que falar o que ela não sente. Ao contrário, quero vê-la gemer e chamar meu nome. Gozar para mim.
Ahhh! Quero aquela odalisca! Ela será a última mulher na minha cama. Fecharei com chave de ouro e, então, estarei pronto para voltar para o Marrocos e me submeter ao casamento.
Allah! Será?







