28. O camarim em chamas

Eu sabia exatamente o que estava fazendo.

Cada pose, cada sorriso insinuante que lancei durante aquele ensaio era uma provocação direta. Não para o fotógrafo. Não para a revista concorrente. Mas para ele. Para Dante.

E quando meus olhos encontraram os dele no canto do estúdio, duros, cheios de fúria contida, eu quase sorri. Eu queria aquilo. Queria vê-lo perder o controle.

Assim que a sessão terminou, fui para o camarim. Meu corpo ainda queimava pela adrenalina e pela ousadia. Não demorou até sentir: a porta se abriu com violência e, antes que eu pudesse me virar, uma mão firme agarrou meu braço.

— Você enlouqueceu, Ágatha? — a voz dele era baixa, mas carregada de raiva, capaz de me arrepiar inteira.

Arqueei uma sobrancelha, fingindo calma, mesmo com o coração disparado.

O vestido preto grudava na pele como uma segunda pele. A fenda lateral deixava minha perna exposta, e o decote… bom, o decote falava por si só. Eu vi o olhar dele descer p
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