O estúdio da Rabbit estava um caos controlado. Luzes profissionais pendiam do teto, refletores ajustavam-se automaticamente, e o clique constante das câmeras criava um ritmo quase hipnótico. A novata, Lara, uma menina de olhos grandes e sorriso nervoso, tentava se posicionar conforme as instruções do fotógrafo, mas tropeçava nos próprios pés e virava-se em ângulos estranhos.
— Não, não assim — murmurou o fotógrafo, franzindo a testa. — Mais leve, mais natural! Lara respirou fundo e tentou repetir a pose. Falhou. Outra tentativa. Falhou de novo. O estúdio exalava tensão, e eu observava cada movimento, sentada discretamente em uma cadeira ao lado, batendo levemente os dedos na perna. — Acho que ela está precisando de uma orientação mais… próxima — murmurei para mim mesma, com um sorriso contido. O fotógrafo lançou-me um olhar rápido, e eu aproveitei a brecha. Caminhei até Lara com passos suaves, manten