A chuva fina tamborilava nas janelas quando Eleanor abriu o envelope. Theo permanecia ao seu lado, o maxilar tenso, como se seu corpo inteiro estivesse se preparando para o impacto do que quer que viesse dali de dentro. O papel dentro era antigo, amarelado pelo tempo, com as bordas levemente enrugadas. Parecia uma transcrição. Ou melhor: uma carta nunca enviada.
Eleanor deslizou o conteúdo para fora com cuidado. Era uma folha apenas, escrita em duas caligrafias diferentes — uma firme, incisiva, que ela logo reconheceu como sendo de Vivienne, e outra mais trêmula, quase hesitante. Ao lado do nome "Anna Faerburn", escrito no canto inferior, havia uma data: junho de 1990.
— É ela — Eleanor murmurou, os olhos deslizando pelas linhas. — É Amélia.
Ela começou a ler em voz alta:
"Para quem encontrar esta carta:"
"Meu nome não é Anna Faerburn. Esse foi o nome que me deram quando cheguei aqui, fugindo de tudo que me ameaçava. Meu verdadeiro nome é Amélia Ravenscroft. Fui levada de minha casa d