A estrada que levava até a antiga propriedade do Dr. Harold Craven era ladeada por árvores altas, com galhos que se entrelaçavam como se protegessem aquele lugar do mundo exterior. A área era remota, e havia algo quase ritualístico em atravessar aquele caminho. Eleanor dirigia em silêncio, os dedos apertados no volante. Theo, ao seu lado, revisava mentalmente tudo o que sabiam — e tudo o que ainda faltava descobrir.
A casa surgiu de repente: uma construção vitoriana de pedra, imponente, mas com sinais claros de envelhecimento. O telhado inclinado, as janelas em arco e a torre lateral conferiam-lhe o ar de um santuário abandonado. Não havia campainha, apenas uma aldrava de ferro em forma de serpente.
— Pronto? — Eleanor perguntou.
— O mais pronto que posso estar — Theo respondeu.
Bateram. A espera foi breve. A porta se abriu lentamente, revelando o próprio Dr. Harold Craven. Era um homem alto, de feições duras e olhos ainda vivos apesar da idade. Vestia um paletó de lã escura e um cach