O fim de tarde em Yorkshire tingia os telhados de dourado quando Eleanor e Theo pararam o carro a uma distância segura da propriedade de Celia Gardner. A cabana baixa, com janelas simétricas e cercada por jardins medianamente cuidados, ficava nos arredores da cidade, em um terreno discreto e quase escondido por sebes altas e portões de ferro ornamentado. Era o tipo de lugar que dizia muito sem precisar de palavras. E, acima de tudo, era o tipo de casa onde se escondiam segredos.
— Não vamos fazer nada imprudente. — Eleanor murmurou, observando pelo binóculo pequeno que trouxera da casa de Vivienne. — Só olhar. Anotar padrões. Pessoas entrando, saindo.
Theo assentiu, embora o desconforto estivesse evidente em sua postura. — Ela já suspeita de mim desde a primeira visita. Se nos vir, estamos acabados.
— Não vamos ser vistos.
Ficaram em silêncio por um tempo, apenas observando. Um jardineiro passou com um carrinho de ferramentas, um gato listrado atravessou lentamente o gramado, e, por u