De volta à casa das Hartwood, o silêncio reinava como um velho guardião. Era tarde da noite quando Eleanor e Theo retornaram, com a caixa enferrujada e o diário de Amélia guardados com o mesmo cuidado com que se lida com algo sagrado. O peso da descoberta no lago ainda pairava sobre eles, mas sabiam que agora, mais do que nunca, era hora de agir. As peças começavam a se alinhar — e duas figuras voltavam a emergir no tabuleiro: Celia Gardner e Edgar Ravenscroft.

Eleanor colocou a chaleira para ferver enquanto Theo se sentava à mesa da cozinha com o caderno de Amélia novamente aberto. As anotações, embora breves, continham detalhes específicos — datas, conversas fragmentadas, lugares. Uma linha, em especial, destacava-se agora com uma nitidez incômoda:

“Celia tem medo. Mas medo de quem? Ou de quê?”

— Você já viu isso aqui? — Eleanor apontou para o trecho sublinhado. — Medo. Isso não combina com a Celia que conhecemos.

Theo inclinou-se, os olhos atentos. — Ou talvez combine mais do que p