Liana não lembrava exatamente quando perdeu a consciência.
Só lembrava do frio, da água, do peso esmagador nos pulmões.
E então… braços.
Braços fortes a envolvendo, segurando-a contra um peito que parecia quente demais para ser real. Um cheiro intenso, selvagem, familiar, misturado à floresta e à fúria.
— Fica comigo — uma voz ecoava, distante, desesperada. — Não fecha os olhos… por favor…
Depois disso, só escuridão.
***
Quando voltou a si, foi por poucos segundos.
O mundo girava, as luzes passavam borradas acima de sua cabeça. Ela sentia o corpo sendo sacudido de um lado para o outro, sentia o balanço apressado de passos longos, sentia o coração de alguém batendo rápido demais contra seu ouvido.
Dante.
Mesmo sem entender como sabia, ela sabia, sabia que era ele.
Tentou falar, mas não conseguiu, o corpo pesado demais, os músculos fracos demais. A dor latejava em ondas, especialmente no ombro e na perna, onde a pele estava rasgada em feridas grandes que com certeza precisariam de ponto