Um déjà vu

Maximus.

Os negócios em Lyon haviam seguido como o planejado. Contratos assinados. Lucros assegurados. Era só mais uma operação bem-sucedida sob meu comando. Eu deveria estar satisfeito e sentir a velha euforia de quem vence sempre e de quem transforma tudo o que toca em ouro. Todavia, a satisfação foi uma ilusão rasa naquele dia.

Vitória continuava no meio-fio sem dizer nada… lutando contra o peso do carrinho. O urso de pelúcia sujo e encharcado rolava para a rua. Era uma cena desastrosa.

— Dio Mio! — A exclamação escapou dos meus lábios.

Avancei dois passos, o olhar preso naquela roupa molhada e tingida de lama até as costas. A barra da calça grudada nas pernas e cabelos desalinhados, presos num coque mal feito.

— Sai logo da frente, sua doida! — O grito veio do motorista impaciente.

Girei sobre os calcanhares, cravando os olhos no homem atrás do volante.

— Hei… — A minha voz saiu com o tom rude para fazê-lo me encarar. — Fique dentro do carro e deixe que cuido disso.

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