Capítulo 19. À Beira do Abismo
— E você acha que vocês vão aguentar até quando? Porque, pelo que me disse, esse fogo todo acumulado pode explodir a qualquer momento.
Na minha folga, decidi que precisava de ar, e junto com Aninha pegamos um ônibus para São Paulo. Íamos ficar no futuro apartamento dela, que já estava alugado. No caminho, contei em detalhes tudo o que vinha acontecendo comigo. O problema era que minha amiga era romântica e logo começou a imaginar situações dignas de um conto de fadas.
— Não, se eu puder evitar. Desde aquela noite não ficamos mais sozinhos, e ele não me esperou novamente. O motorista vai me buscar sozinho e, na correria do dia a dia, nem dá para conversar direito. Já esqueceu que existe a chance de sermos… sei lá… irmãos perdidos? Já pensou nisso?
— Bem que, quando ele chega perto, você esquece rapidinho esse detalhe, não é? — Aninha retrucou, divertida. — Precisamos verificar essa história o quanto antes, encurralar o tal do Jorge e tirar todas as fococas dele. Não sei por quê, mas te