O quarto do hospital estava silencioso, iluminado apenas pela luz fraca que vinha do corredor. Enrico estava sentado em uma poltrona ao lado da cama, os cotovelos apoiados nos joelhos, as mãos entrelaçadas diante do rosto enquanto observava Aurora dormir.
O calmante que lhe deram fizera efeito, e agora ela respirava de maneira ritmada, os traços relaxados depois da tempestade emocional que enfrentara horas antes. Mas Enrico não conseguia esquecer a imagem dela em estado de puro desespero, encolhida contra a parede escura, acreditando que estava morrendo.
O que poderia tê-la levado àquele ponto?
Ele a conhecia bem. Sabia que Aurora era intensa, explosiva, mas sempre tinha um controle absoluto sobre si mesma. Nunca a vira desmoronar daquele jeito. Algo muito grave acontecera na