Enrico saiu do salão a passos largos, o coração martelando no peito. O que diabos havia acontecido com Aurora? O medo em seu rosto, a forma como fugira... algo estava terrivelmente errado.
Ao virar a esquina da mansão, ele parou abruptamente. Seu olhar percorreu o jardim escuro até encontrar uma silhueta encolhida contra a parede de pedra. Seu peito apertou. Mesmo à distância, reconheceu o vestido azul-marinho.
— Aurora? — chamou, sua voz carregada de urgência.
Ela não respondeu.
Ele avançou depressa, agachando-se ao lado dela. Seu corpo tremia, os braços apertados ao redor de si mesma. Lágrimas escorriam pelo rosto, e a respiração vinha em arquejos errático
O quarto do hospital estava silencioso, iluminado apenas pela luz fraca que vinha do corredor. Enrico estava sentado em uma poltrona ao lado da cama, os cotovelos apoiados nos joelhos, as mãos entrelaçadas diante do rosto enquanto observava Aurora dormir.O calmante que lhe deram fizera efeito, e agora ela respirava de maneira ritmada, os traços relaxados depois da tempestade emocional que enfrentara horas antes. Mas Enrico não conseguia esquecer a imagem dela em estado de puro desespero, encolhida contra a parede escura, acreditando que estava morrendo.O que poderia tê-la levado àquele ponto?Ele a conhecia bem. Sabia que Aurora era intensa, explosiva, mas sempre tinha um controle absoluto sobre si mesma. Nunca a vira desmoronar daquele jeito. Algo muito grave acontecera na
Quando chegaram ao hotel, Aurora subiu rapidamente até seu quarto, ainda com o paletó de Enrico sobre os ombros. Nem se tocou em devolver a peça que ele havia emprestado ao saírem do hospital. Sua mente estava tomada por um único pensamento: precisava ir embora o quanto antes. Tomasso não demoraria a encontrá-la. Com o poder e a influência que ele possuía, logo estaria ali, no hotel, atrás dela. Não podia permitir isso.Abriu a porta do quarto com mãos trêmulas e entrou apressada, indo diretamente até a mala que havia deixado no canto do cômodo. Jogou o paletó sobre a cama e começou a recolher suas roupas de maneira frenética, sem sequer notar que Enrico a havia seguido. Ele entrou no quarto atrás dela, fechando a porta sem fazer barulho. Observou-a por alguns instantes, os olho
Aurora se recostou contra a cabeceira da cama, os olhos fixos no teto, sem saber se conseguiria dormir, mesmo exausta. O peso do medo ainda pressionava seu peito, um nó apertado em sua garganta. A ideia de que Tomasso poderia aparecer a qualquer momento a fazia sentir como se tivesse voltado aos dias de infância, quando ele a aterrorizava sem piedade. Cada sombra parecia maior, cada barulho mais ameaçador.— Eu não sei se vou conseguir dormir — confessou, a voz saindo baixa.Enrico, sentado na poltrona ao lado, observou-a atentamente.— Então eu fico com você — disse simplesmente.Aurora se virou para encará-lo, surpresa.— Não precisa, eu est
Após o filme terminar, Enrico se espreguiçou, alongando os braços acima da cabeça. Ele olhou para Aurora, que ainda estava recostada contra os travesseiros, distraída mexendo no controle remoto.— Preciso de um banho — anunciou ele, passando a mão pelos cabelos.Aurora deu de ombros, sem desviar os olhos da tela.— Então vai tomar um banho, não precisa anunciar.Ele ignorou o comentário e levantou-se, pegando o celular do criado-mudo.— Vou até meu quarto. Você vem comigo? — perguntou, lançando-lhe um olhar casual, mas claramente provocador.Ela arregalou os olhos, indi
Antes do filme terminar, Aurora já estava dormindo novamente. Enrico a observou por um instante, uma expressão preocupada tomando seu rosto. No dia seguinte, ele tinha uma pequena viagem programada para visitar uma possível aquisição. Como poderia ir e deixá-la sozinha? Além de ter prometido que não a abandonaria, estava genuinamente preocupado com sua segurança. Poderia deixar alguns de seus seguranças na porta do quarto dela, mas tinha certeza de que ela jamais aceitaria isso.De repente, uma ideia lhe ocorreu. Poderia pedir a seu irmão, Leonardo, para fazer-lhe companhia. Deixaria Matteo resolvendo as questões urgentes no escritório, enquanto Leonardo ficaria ao lado de Aurora. A ideia não lhe era totalmente agradável, mas a verdade era que Leonardo era a única pessoa em quem podia confiar par
Após o filme terminar, Enrico se espreguiçou, alongando os braços acima da cabeça. Ele olhou para Aurora, que ainda estava recostada contra os travesseiros, distraída mexendo no controle remoto.— Preciso de um banho — anunciou ele, passando a mão pelos cabelos.Aurora deu de ombros, sem desviar os olhos da tela.— Então vai tomar um banho, não precisa anunciar.Ele ignorou o comentário e levantou-se, pegando o celular do criado-mudo.— Vou até meu quarto. Você vem comigo? — perguntou, lançando-lhe um olhar casual, mas claramente provocador.Ela arregalou os olhos, indi
Antes do filme terminar, Aurora já estava dormindo novamente. Enrico a observou por um instante, uma expressão preocupada tomando seu rosto. No dia seguinte, ele tinha uma pequena viagem programada para visitar uma possível aquisição. Como poderia ir e deixá-la sozinha? Além de ter prometido que não a abandonaria, estava genuinamente preocupado com sua segurança. Poderia deixar alguns de seus seguranças na porta do quarto dela, mas tinha certeza de que ela jamais aceitaria isso.De repente, uma ideia lhe ocorreu. Poderia pedir a seu irmão, Leonardo, para fazer-lhe companhia. Deixaria Matteo resolvendo as questões urgentes no escritório, enquanto Leonardo ficaria ao lado de Aurora. A ideia não lhe era totalmente agradável, mas a verdade era que Leonardo era a única pessoa em quem podia confiar par
Aurora fechou a porta do quarto com um suspiro pesado. Mal teve tempo de se virar quando ouviu a voz de Enrico atrás dela.— Se divertiu bastante hoje? — O tom era ácido, quase sarcástico.Ela franziu a testa e virou-se para encará-lo.— Do que você está falando?— Do seu dia com Leonardo — Ele cruzou os braços, encostando-se à parede. — Passearam, riram, pareciam muito confortáveis um com o outro.Aurora revirou os olhos.— Pelo amor de Deus, Enrico! Você não tem motivos para ter ciúmes.Ele bufou, descrente.