**Narrado por Dante Ferraz**
A luz suave do abajur iluminava o quarto com uma penumbra acolhedora. A lâmpada, de um tom levemente amarelado, projetava sombras longas e dançantes nas paredes, movendo-se preguiçosamente a cada leve sopro de brisa.
Na cômoda, o relógio digital piscava incessantemente: 02h47 da manhã.
Lá fora, a cidade parecia estar em um profundo sono ou, quem sabe, apenas fingindo. As ruas estavam desertas, as janelas apagadas, e o mundo parecia suspenso em um silêncio denso que precedia o eventual caos.
Mas, dentro de mim, tudo já estava desperto. A mente fervilhava, o sangue pulsava com intensidade, e o corpo… vibrava como uma corda esticada ao seu limite.
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O que me fez levantar da cama não foi o toque do relógio. Não foi o cansaço que me invadia. Foi ela.
Lorena.
Dormindo ao meu lado, envolta em uma camisola delicada, enrolada no cobertor como se o frio do mundo exterior nunca pudesse alcançá-la. Seu cabelo estava solto no travesseiro, bagunçado e livre. Su