A Vingança Do CEO
A Vingança Do CEO
Por: Val veiga
PRÓLOGO

Prólogo — O Homem Que o Mundo Enterrou Vivo

O odor de queimado ainda pairava no ar. Mesmo após tanto tempo, parecia impregnado na pele, na atmosfera e nas memórias que insistiam em retornar.

Dante Ferraz abriu os olhos lentamente, mas a luz intensa o atingiu como uma lâmina afiada. Tudo ao seu redor era branco, frio e excessivamente limpo. Ele tentou mover-se, mas seu corpo não reagiu. Tentou gritar, mas da sua boca só saiu um som fraco, semelhante ao ar escapando por um tubo.

Seu corpo não obedecia suas ordens. No entanto, sua mente... ah, sua mente estava mais viva do que nunca.

Imagens passaram pela sua memória em flashes vívidos o fogo devorador, o estrondo do avião se despedaçando, o som metálico de algo se soltando, o rosto de Helena e o grito angustiado de Matteo antes que tudo se transformasse em fumaça. E então, um vácuo. Um silêncio ensurdecedor.

A primeira voz que ouviu ao despertar foi suave, mas determinada.

— “Calma. Você está seguro.”

Não era uma voz familiar. Não pertencia a nenhum membro de sua família. Contudo, era a única voz que ele possuía naquele momento.

Nos dias que se seguiram, essa voz retornava continuamente. Era a mulher de jaleco. Seus olhos mostravam cansaço, as mãos transmitiam firmeza e sua voz era tranquila. Ela trocava o soro, limpava os curativos, murmurando palavras de consolo que ele mal conseguia responder. Falava para mantê-lo ancorado à realidade, para impedir que ele desistisse.

Dante não sabia o nome dela. Na verdade, isso pouco importava. Naquele instante, ela era a única que parecia recordar que ele ainda existia.

Os meses se arrastaram interminavelmente. Dante aprendeu a mover um dedo, depois o braço. A dor se tornava parte de sua nova rotina. Quando finalmente conseguiu falar, a primeira pergunta irrompeu de sua garganta arranhada:

— “Minha esposa... sabe?”

A mulher hesitou. O olhar dela se perdeu por um instante, e naquele momento ele compreendeu mesmo antes de ouvir a resposta.

— “Ela... seguiu em frente.”

O mundo imediatamente parou. Ou talvez já estivesse parado há muito tempo; ele apenas não havia percebido.

Dias depois, a mulher trouxe um jornal dobrado. Tentou escondê-lo, mas Dante avistou o nome estampado na capa: “Caio Valença assume o Grupo Ferraz. Viúva do empresário Dante Ferraz reaparece ao lado do novo CEO.”

Caio. O amigo. O irmão de alma. O homem que prometera cuidar de sua família caso algo lhe acontecesse.

Dante fechou os olhos e, pela primeira vez, desejou não ter sobrevivido à calamidade. Mas já era tarde demais para isso.

Seu corpo foi reconstruído. O homem que o mundo conhecia estava morto oficialmente sepultado.

Restava apenas a outra versão de si mesmo. A que renasceu da dor. A que carregava seu nome como uma cicatriz e a alma como uma ferida exposta.

A mulher do jaleco continuava ao seu lado. Cuidando dele. Falar era algo raro. E de vez em quando, quando pensava que ele estava dormindo, ela olhava para ele com um misto de sentimentos que ele não conseguia identificar seria compaixão... ou medo?

Foi ela quem o ajudou a se erguer. Foi ela quem ensinou Dante a andar novamente. Foi ela quem ouviu o primeiro “obrigado” sair de seus lábios uma palavra baixa, rouca e sincera.

Mas, no fundo, Dante sabia que gratidão e amor não coexistem no mesmo coração. E o coração dele já estava excessivamente repleto de ódio.

Agora, uma nova missão se apresentava a ele. O inferno que conseguiu sobreviver não era nada comparado ao caos que estava prestes a desencadear.

O mundo enterrara Dante Ferraz. O homem que retornou, porém, ninguém conhece. E todos irão se lembrar.

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