A noite já estava adiantada quando chegamos à suíte da pousada. Max abriu a porta devagar, como se não quisesse quebrar o encanto que ainda nos envolvia. As luzes baixas e o cheiro de lavanda no ar acolheram nossos passos lentos, o vestido arrastando no chão, os sapatos na mão.
Ele fechou a porta atrás de nós. Giovanni estava com Clara, seguro e feliz. Pela primeira vez em muito tempo, estávamos só nós dois. Eu e Max. Max e eu.
O silêncio não era desconfortável. Era cheio. Cheio de tudo o que não cabia mais em palavras.
Ficamos um tempo ali, parados. Um de frente pro outro. As costas dele apoiadas na porta fechada. Eu no meio do quarto, ainda com o vestido branco que agora parecia brilhar mais sob os olhos dele.
Os olhos de Max sempre foram intensos. Mas, naquela noite, havia algo diferente. Como se ele estivesse olhando pra mim pela primeira vez — ou talvez pela última de todas as primeiras vezes.
— Sabe o que eu mais amo em você? — perguntei, baixinho, sem me mexer.
Um sorriso surgi