A luz do ateliê era suave, como se até ela soubesse que aquele era um momento sagrado.
Eu estava em silêncio, em cima do pequeno tablado, sentindo o tecido leve escorrer pelo meu corpo como se tivesse sido costurado com suspiros. As costureiras falavam baixinho, ajustando os últimos detalhes, mas minha atenção estava presa no reflexo.
E então, me vi.
O vestido era exatamente como eu nunca soube que queria.
Simples, sim. Mas com uma sofisticação que não precisava gritar para ser percebida. O tecido — uma mistura delicada de seda e chiffon — abraçava meu corpo com carinho. Fluía a partir da cintura marcada, descendo em camadas suaves, quase etéreas, como se cada passo meu fosse acompanhado de uma nuvem de promessas sussurradas.
O decote em "V" era discreto, revelando só o necessário, e os ombros eram cobertos por uma renda fina, quase invisível, com desenhos florais tão delicados que pareciam ter sido bordados à mão por alguém que conhecia meu coração. Essa mesma renda descia até o mei