Eu deveria ter desconfiado quando Clara apareceu em casa com Giovanni no colo, dizendo que ia me “emprestar um tempo pra mim mesma”. Ou quando Ricardo me entregou, outra vez, aquela caixa com o vestido do nosso primeiro jantar. Mas, mesmo com todos os sinais, nada — absolutamente nada — me preparou para o que estava por vir.
Fui guiada até um carro com vidros escurecidos, e o motorista só disse:
— Ele me pediu para não revelar nada. Mas disse que a senhora vai saber quando chegar.
O coração batia tão alto que eu quase não ouvia mais nada. As mãos tremiam sobre o colo. O vestido azul-marinho me abraçava com a mesma delicadeza de antes, só que agora o tecido carregava história. Era como se ele soubesse que tudo começaria de novo ali.
O carro parou.
A porta se abriu.
E quando desci… perdi o ar.
Era o mesmo jardim do nosso primeiro jantar, aquele restaurante fechado só para nós dois, transformado agora em algo muito maior. Tudo estava cercado por luzinhas penduradas nas árvores, como pequ