Cheguei em casa e, assim que a porta se fechou atrás de mim, a sensação de vazio tomou conta de todo o ambiente. O peso da decisão que eu acabara de tomar ainda estava fresco, mas não havia mais espaço para dúvidas. Eu precisava seguir em frente, esquecer Charlotte completamente. Já havia me permitido sofrer por tempo demais. Não mais. Chega de viver no passado, de ficar preso àquilo que não podia mais ser. Ela fez a escolha dela e, por mais que a dor fosse quase insuportável, agora era hora de virar a página, não importar o quanto fosse difícil.
Me joguei no sofá, tentando encontrar alguma paz naquela solidão que, para ser honesto, começava a me parecer confortável. Talvez fosse isso, afinal. A solidão era tudo o que eu precisava. Eu poderia me concentrar em outra coisa, qualquer coisa, para afastar os pensamentos sobre ela, sobre o que poderia ter sido.
Antes que eu pudesse me perder mais em meus próprios pensamentos, o telefone tocou. Eu não estava com paciência para conversas, mas