O corte ardeu quando Vivian ergueu o braço para prender a trança. Era dor pequena, mas nítida, como se dissesse “eu estive aqui”. Ela beijou a fotografia de Mariana antes de guardá-la na bolsa, como fazia todas as manhãs em que precisava ser mais do que um corpo impecável. No caderno, escreveu: “Não recuar não é teimosia; é promessa.” Fechou e respirou — duas, três vezes —, até o peito caber no dia.
Camila apareceu na porta com um sorriso quase doce. — Eu pensei… Posso ajudar com a sua irmã. Conheço gente que conhece gente. Desconto em remédio, prioridade em exame. Você sabe, conexões são tudo.
Vivian ergueu os olhos devagar. Gaia, que olhava uma planilha de longe, aproximou-se um passo sem fazer barulho.
— Gente que conhece gente é ótimo — disse Scarlett, medindo as sílabas. — Desde que a gente saiba quem é a gente.
— Eu só quero ser útil — insistiu Camila, a doçura já com gosto de lata. — Você não precisa carregar tudo sozinha. Diz o nome do hospital. A data. O médico. Eu…
— Não —