Eduardo acordou com a cabeça pesada. A gala da noite anterior parecia um sonho maldito que se repetia em sua mente. A imagem de Scarlett — Vivian — atravessando o salão de vestido vermelho queimava em sua memória como ferro em brasa. Não havia mais dúvida: era ela. A mesma mulher que, um ano antes, havia se inclinado sobre ele na estrada coberta de neblina, tentando estancar seu sangue e manter-lhe vivo. Agora, transformada em lenda em um mundo que não lhe pertencia.
Ele não conseguia aceitar que o destino tivesse a crueldade de colocá-la tão perto, e ao mesmo tempo, tão longe. Decidiu que não poderia mais ficar parado. Chamou o investigador ao seu gabinete.
— Preciso da agenda dela — disse, com a voz firme, quase impaciente. — Não quero fofoca, não quero rumor. Preciso saber quando e onde Scarlett aparece.
O homem levantou as sobrancelhas. — Isso é arriscado, doutor. Se alguém ligar o senhor a essa busca…
Eduardo bateu com a mão na mesa. — Eu assumo os riscos. Apenas faça.
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No clu