Eduardo mantinha o envelope sobre a mesa como se fosse dinamite. A cada nova informação trazida pelo investigador, a imagem da ruiva crescia em sua mente. Scarlett não era um boato: era uma presença concreta, envolta em luxo e silêncio, frequentada por empresários e políticos. O choque veio quando soube que alguns dos clientes fixos pertenciam ao mesmo círculo jurídico que ele frequentava. Era como se o destino tivesse armado um teatro perverso para testá-lo.
— O senhor entende a gravidade — disse o investigador, apagando o cigarro no cinzeiro. — Envolver-se pode significar arruinar sua carreira. Mas… pelo modo como fala, não é sobre carreira, é?
Eduardo não respondeu. Apenas fechou o envelope e o guardou na gaveta. Sabia que estava ultrapassando limites invisíveis, mas havia algo maior que o medo: a necessidade de reencontrar a mulher que o salvara. Gratidão, obsessão, desejo — tudo se confundia num nó impossível de desatar.
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Vivian, por sua vez, sentia-se cada vez mais afundada n