A semana parecia se dividir em dois blocos distintos, quase irreconciliáveis. Em Curitiba, Scarlett surgia ao cair da noite: cabelos ruivos bem tratados, vestidos de seda escolhidos por Gaia, conselhos maliciosos de Luna e os devaneios românticos de Aurora. No salão, era observada como uma novidade rara, alguém que os clientes ainda não tocavam, mas desejavam apenas por estar ali. O gerente a apresentava como uma joia exclusiva, e os olhares famintos confirmavam o quanto seu valor subia a cada noite de expecta...
No camarim, Scarlett se tornava parte da pequena família improvisada. Gaia era quem a protegia com firmeza, como se fosse uma irmã mais velha. Aurora sonhava alto, dizendo que o destino de todas podia mudar de repente, talvez com um homem bom. Já Luna, com seu humor afiado, lembrava Scarlett de que ela tinha um poder perigoso nas mãos. “Use a seu favor, ou será usada”, sussurrava, antes de sair para mais uma mesa.
Vivian, no entanto, ainda vivia nos intervalos da Scarlett. No