A cerimônia terminou, mas o eco das palavras de Enzo ainda ressoava na minha cabeça.
“Apresento a vocês minha Luna, Serena Valmont.”
O nome ficou preso na minha garganta como um espinho.
A loba de olhos claros e sorriso ensaiado estava ao lado dele, segurando sua mão, a cabeça erguida em triunfo.
E eu, parada no fundo do salão, sentia o peso de cada olhar sobre mim — como se todos ali soubessem o que aquilo significava.
A rejeitada assistindo o momento em que o Alfa assumia outra ao seu lado.
Tentei manter a postura. Sorri para Clara quando ela apertou meu braço, mas o nó na garganta quase me sufocava.
— Vamos sair daqui — ela sussurrou.
Assenti em silêncio.
O ar parecia pesado demais. O cheiro da matilha, das tochas queimando, da terra úmida misturada com o perfume adocicado da nova Luna… tudo me embrulhava o estômago.
Saí antes que a cerimônia terminasse.
A noite estava fria, o céu encoberto, e a lua se escondia entre as nuvens — como se tivesse vergonha de testemunhar tudo aquilo.