O Encontro do Destino

Não era uma noite qualquer na floresta.

O vento carregava o aroma das árvores molhadas, e o cheiro da terra se misturava à brisa fresca da lua cheia.

Mas desta vez, eu não estava sozinha.

A presença que sentira nos últimos dias finalmente se revelou — ou pelo menos, tornou-se concreta o suficiente para que eu percebesse que algo estava prestes a acontecer.

Caminhava lentamente, os sentidos em alerta máximo, cada músculo tenso.

A loba dentro de mim vibrava, antecipando algo, inquieta e impaciente.

Meu coração disparava, uma mistura de excitação e medo que eu ainda não sabia nomear.

O cheiro se intensificou, doce, amadeirado, forte — tão poderoso que fez minhas pernas vacilarem.

E então eu o vi.

Um homem parado entre as árvores, a silhueta recortada pela luz da lua.

Alto, forte, com um porte que exalava confiança e perigo ao mesmo tempo.

Cabelos escuros bagunçados, olhar intenso, postura relaxada, mas cada detalhe de seu corpo transmitia controle absoluto.

Ele me observava.

E, assim que nossos olhares se cruzaram, algo dentro de mim gritou.

Meu corpo estremeceu, a respiração ficou curta.

A loba rosnou, alerta, enquanto meu coração parecia querer saltar do peito.

Era impossível ignorá-lo.

Era impossível fugir.

— Você é a loba que todos falam, não é? — disse ele, a voz baixa, grave e cheia de uma confiança que me fez recuar um passo.

Não se apresentou, não disse o nome. Mas havia algo em sua forma de falar, na maneira como me estudava, que queimava minha pele.

Como se ele soubesse mais do que deveria.

— Quem é você? — consegui perguntar, tentando manter a voz firme, mas ela tremeu.

Ele sorriu, um sorriso que era ao mesmo tempo provocador e enigmático.

— Alguém que gosta de observar — respondeu, dando um passo em minha direção.

E cada passo parecia carregar o peso de uma força que eu não podia enfrentar, mas que também não queria fugir.

A loba dentro de mim uivou baixinho, agitada.

— Controle-se — pensei, mas era inútil.

O cheiro dele invadiu cada sentido meu, despertando algo antigo e selvagem, uma energia que eu só sentira antes na presença de Enzo… mas diferente. Mais intensa, mais perigosa.

Ele parou a poucos metros, e o ar entre nós parecia vibrar.

Um silêncio pesado caiu sobre a floresta, apenas o vento e os uivos distantes completando a cena.

E então ele falou novamente, mais perto, mais íntimo:

— Você sente, não é? — o tom quase um sussurro, mas a intensidade cortava como lâmina. — Sente que não está mais sozinha, que algo está mudando.

Meu peito disparou.

— Quem é você? — repeti, tentando manter a postura, mas a curiosidade e a tensão dominavam tudo.

Ele inclinou levemente a cabeça, estudando-me como se eu fosse um enigma, uma peça rara que ele havia finalmente encontrado.

— Você vai descobrir — disse, enigmático, e deu meia-volta, começando a se afastar lentamente. — Mas não corra, loba. Deixe que eu ache você.

E então desapareceu entre as árvores, deixando apenas o cheiro dele flutuando no ar, misturado à minha própria adrenalina e desejo reprimido.

Fiquei parada, as pernas bambas, o coração em chamas.

A loba dentro de mim uivou em êxtase e frustração.

Nunca senti algo assim.

Era como se ele tivesse invadido minha mente, desafiado minha força, provocado minha curiosidade e despertado um desejo que eu não entendia completamente.

Meu corpo tremia, cada sentido alerta.

E pela primeira vez desde a rejeição de Enzo, senti algo diferente: esperança misturada com perigo.

Alguém havia chegado.

Alguém capaz de despertar minha loba de uma forma que eu jamais imaginei.

E eu sabia, no fundo, que aquele encontro não seria o último.

Que o destino havia começado a escrever uma nova história… e eu estava prestes a me perder nela completamente.

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