A noite caiu sobre a floresta como um manto pesado, trazendo consigo o cheiro úmido da terra e o perfume de folhas molhadas. Cada som parecia amplificado: o estalar de um galho, o farfalhar distante das árvores, até a própria respiração parecia reverberar ao meu redor. E, no centro dessa quietude carregada, Augusto estava ao meu lado, tenso, cada músculo alerta como se pressentisse o perigo antes mesmo de aparecer.

— Hellena — sua voz grave cortou o silêncio, fazendo meu coração disparar. — Fique próxima.

Não hesitei. O vínculo entre nós pulsava como um tambor antigo, uma batida profunda e insistente que nos lembrava do que éramos e do que sentíamos. Não era apenas atração; era instinto, necessidade, desejo contido sob camadas de controle.

Eu respirava devagar, tentando me manter firme. Augusto segurou minha mão com força, e o simples contato me encheu de coragem. Não era hora de recuar. Não enquanto o perigo espreitava.

— Ele está aqui — disse Augusto, sem precisar