Evelin
O sol mal havia rompido no horizonte quando Evelin deixou sua cama de palha. A brisa da alvorada soprava fria pelas frestas da pequena cabana, mas ela já estava de pé, amarrando os cabelos e vestindo sua túnica de linho simples. Seus braços, cobertos por marcas de trabalho, protestavam com dores surdas, lembranças constantes das ferramentas pesadas, da enxada gasta, dos cestos carregados com o peso da sobrevivência.
Evelin era, para Thariel, apenas mais uma camponesa. Trabalhava nos campos desde os doze anos, arando a terra seca com os outros moradores. Plantava, colhia, separava os melhores grãos para os coletores da coroa. Não reclamava. Era seu dever. Mas cada passo em direção aos campos era também um lembrete amargo do que havia perdido.
Sua avó, Elsha, era tudo o que lhe restava. Depois que seu pai, Halem, morreu de exaustão trabalhando na construção das muralhas externas do reino, restaram apenas elas duas na pequena casa de madeira e pedra. Halem não era fraco, mas os an