O céu estava nublado quando Evelin retornou da aldeia com o pequeno pacote de tônicos embrulhado em tecido grosso. As moedas mal cobriam o custo — menos do que precisava, mas tudo o que tinha. O vento do outono já anunciava a chegada de dias mais difíceis, e mesmo o pouco calor que restava parecia fugir dos campos de Thariel.
A cabana onde morava com Elsha era simples, feita de pedra escura e madeira antiga. As paredes guardavam mais do que o frio: guardavam lembranças, risos esquecidos e fantasmas que ainda caminhavam pelos corredores.
Elsha estava na cama, pálida, o peito arfando em esforço. A febre a consumia há dias, os olhos opacos vagavam entre o agora e os ecos de um tempo distante. A “Corruína”, estava dizimando seu corpo aos poucos e levava embora a lucidez. Diziam entre sussurros que era rara, quase mágica — e que só atingia aqueles que, de alguma forma, carregavam dentro de si o peso de antigas verdades, pois todos tinham o sentimento de sabiam de algo mais profundo, mas qu