Um ano e meio após a morte de Antony e Emily, as coisas começam a piorar.
Ler maisPés descalços, roupas sujas e rasgadas, cabelos ao vento e respiração ofegante, compunha o visual da aluna que tentava impressionar o mestre.
— Não precisa se esforçar tanto menina! — o homem reclama rindo.
— Eu quero ter certeza que não falharei. — ela responde.
O homem tinha uma aparência jovem e descontraída, porém era centrado, rígido e em uma idade bem avançada... Mesmo que quem o visse discordasse da última parte.
— Você sabe que não pode vencer alguém mais experiente? — ele questiona tentando provocar.
Ela assente com a cabeça, mas não se importa com o comentário, continua o treinamento pesado, usando toda a força restante, os Vaga-lumes¹ eram fortes, mas ela não desiste fácil...
Aqueles seres brilhantes não davam trégua, apesar de pensarem ser apenas uma brincadeira.
— Quando iremos para Raise City, Ben? — ela pergunta após perder pela décima vez.
— Quando você vencer um Vaga-lume! — ele responde sério.
Ela fecha a cara em desgosto e sai pisando duro pelo gramado verde que já estava no meio das canelas.
Há quase dois anos, todo esse campo era apenas pedras, terra, lama e crateras profundas, tudo era escuro e feio, triste de olhar o sangue que manchava à terra, pedaços de roupas, destroços e partes de corpos... Fora meses de luta e dedicação, para que tudo voltasse ao normal...
Apesar de não morarem ali, a garota e o seu mestre passava muito tempo treinando, pois, havia muito espaço e nenhum humano.
Ela queria ir para Raise City, queria vê-lo novamente, queria sentir seu perfume, tocar nele, puxar os cabelos, queria ter certeza que não foi um sonho.
— Você prometeu! — ela resmunga.
— Sim, porém não é a hora certa, precisamos deles, mas eles não precisam de nós.
— Como sabe? — ela questiona indignada.
Ele não responde de imediato, segue na frente dela e passa pelo imenso portal de volta a sua “casa”.
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A cidade estava parcamente iluminada pelo brilho da lua, um blecaute havia deixado Raise City sobre as trevas, silenciosa e mortal...A garota que há dois dias discutira com seu mestre, pulava de edifício em edifício, no centro da cidade, fingindo tentar chegar a organização secreta dos Caçadores.
Na verdade, seu plano não era invadir, nem causar pânico, seu objetivo ali era chamar a atenção de um grupo de jovens, os responsáveis pela vitória de sua raça durante a luta contra Antony Morgan, e principalmente a atenção dele... O garoto dos olhos frios...
Só de pensar em seu primeiro encontro com ele, o corpo dela estremecia, o coração acelerava e uma sensação maravilhosa lhe tomava conta.
Depois de muito vagar pelo centro, fingindo estar indo a C.N.M., conseguiu o que queria.
A primeira visão que teve foi a dele, rápido, letal e charmoso.
Em seguida, os outros iam chegando, com caras de susto e assombro diante do que viam, ela não entendia o porquê de a olharem assim, mas, não se importava, apenas desejava levá-los consigo para ajudá-la a proteger seu mestre e todos os segredos angélicos.
— Que bom que vieram! — ela fala com um sorriso estampado no rosto.
Porém, não há reTudo ocorreu de acordo com o esperado, mesmo depois de alguns contratempos, finalmente estavam pousando no aeroporto de Raise City. A mulher encarou o céu cinzento tentando avistar o sol, ou alguns raios que sejam, porém, sem nenhum sucesso, pois o frio a neve e a escuridão parcial do dia se faziam presentes de maneira forte e implacável. Emília e Cléber entraram na limusine que os levaria ao lugar que tanto procuravam. As ruas da cidade estavam quase desérticas, alguns comércios ainda estavam fechados mesmo com o avanço do dia, na verdade, era até estranho, já que o ano novo havia se indicado pouco mais de dois dias atrás. Aquela cidade estava mais fria que o normal, a respiração se tornava fria assim que deixava o corpo quente. — Muito quieto e silencioso por aqui… — Cléber comentou quebrando o silêncio. — Agora que eu entendo o que somos, acho que preferia quando estávamos alheios a tudo. — resmungou. Cléber a abraçou
A nossa terra… Uma pequena esfera cheia de vida em meio a grande imensidão do espaço. No início, os demônios, tomavam conta, mas com muita luta foram vencidos, porém, milhares de anos depois eles ressurgiram com força total, prontos para destruir-nos sem um pingo de Piedade. Em todos os cinco continentes houveram ataques das forças de Trinity Maquiavel, por mais que fossem fracos, comparados aos ataques em Raise City para exterminar os Guerreiros Celestes, ainda assim tiveram suas consequências. As sedes da Corporação nas capitais, não fazia ideia do que estava havendo, e que todos os ataques ali presentes tinham ligação com Trinity. É certo que algo grande estava por vir, maior do que qualquer ser humano fosse capaz de suportar, mas até quando essa tormenta continuará? Pelas ruas de uma pequena favela, um casal caminha sorrateiramente, por entre os becos escuros e pessoas amedronta
EMELIE Depois de uma noite mal dormida, devido às grandes reclamações de Ben sobre o quarto não estar a sua altura, levantamos bem cedo, a menina loira que estava com Calebe veio nos trazer o café da manhã e após nos encarar por um tempo, apenas saiu sem dizer nada. Na minha opinião, Ben, se tornou um pouco ranzinza depois que Dara informou que ficaria ausente por um tempo. Esperamos por algumas horas, que aparentavam ser uma eternidade, pensei que nossa presença só seria requerida à tarde. Com algumas batidas na porta, desperto dos devaneios e encaro a garota que veio nos guiar até a tal sala de reunião. Vitória, se não me engano, é o seu nome, negra, olhos castanhos, cabelos com cachos super definidos, pele sedosa e um sorriso de dar inveja. — O morcego zumbi, quero dizer, Calebe, ‘’pediu" educadamente para eu vir buscá-los. — informou me encarando. — Então, vamos! — Benjamim diz se levantando. — Espera! — ela quase
VITÓRIA Estávamos há duas horas acordados esperando o morcego zumbi aparecer, mas claro que ele não perderia a chance de nos fazer esperar aqui. Confesso que fiquei muito curiosa com o que faríamos hoje e mais ainda com essa tal "informação importante" que ele possui e não quis falar, mesmo que eu tenha ido noite passada em seu quarto e ficado meia hora chorando aos seus pés implorando para que me contasse ao menos um pedacinho. Me humilhei atoa, fiz tudo isso para no fim acabar sendo enxotada para fora do quarto por um Calebe muito zangado. O que podia fazer, o perigo me atrai do mesmo modo que mel atrai ursos famintos. Eu não estou faminta, não por comida, mas por informação. Algo me diz que um acontecimento importante está por vir, que vai mudar o rumo de tudo. — Vitória! — Gisele resmungou — Pare com isso agora. A encarei com a sobrancelha arqueada, depois olhei para o lápis em minha mão, o qual eu estava usando pa
CALEBE Levantando a cabeça, observo atentamente o local onde me encontro...Uma cela fria e escura. Meu corpo dói, meus olhos lutam para se manter abertos e não consigo identificar se ainda estou nos domínios de Trinity ou não. As lembranças dos últimos acontecimentos voltam com força total, o que faz minha cabeça girar com força, e sinto ânsia de vomito devido à forte tontura. Jadem e Korá conseguiram escapar, isso é bom, pelo menos estarei despreocupado em relação à essa questão... Aquela queda me fez um baita estrago, devo ter desmaiado por horas, talvez dias, não tenho como saber. A porta de ferro, a qual nem havia percebido, se abre vagarosamente e uma fraca luz invade o ambiente. Eu me encontrava em uma sala pequena, sem móveis, janela ou qualquer outra coisa, apenas meu corpo estirado no chão frio. — Como foi seu resto de tarde meu amor? — uma voz familiar pergunta. Se aproximando mais, consigo distinguir
JADEM Mandy, aquela cadela demoníaca havia nos obrigado a jantar com ela, o tal cardápio era falso, demônios não costumam ter carne humana sempre... Na verdade ela está interessada em Calebe, é impossível não perceber os olhares de curiosidade e as insinuações feitas por ela durante arefeição, os quais meu querido irmãozinho ignorou completamente. Após constatar que não obteve sucesso em tentar conquistar Calebe e nem nos obrigando a contar o que estávamos fazendo nos domínios de Trinity, nos jogou em uma cela nos subterrâneos docasteloassombrado, onde tudo era escuro e sujo. — Droga! Já estou com dificuldade de respirar e aquela m*****a pegou nossas mochilas com os objetos dentro. — resmungo mais para mim mesmo, já que Calebe estava distraído. — Só as suas, consegui tirar alguns objetos da minha mochila. — ele diz calmamente. Essa é a nossa diferença, ele pensou em tudo e e
Último capítulo