O acampamento ainda vibrava com os restos da tensão. As vozes eram abafadas, os cochichos cortavam o silêncio, e as brasas da fogueira lançavam sombras tremeluzentes nas árvores. Todos tentavam, de algum modo, retomar a normalidade — se é que isso ainda existia depois do que tinham visto.
Mas Evelin não conseguia.
Não depois da acusação. Não depois de ver Eros... daquele jeito.
Ela respirou fundo, cruzou os braços e lançou um olhar duro na direção dele.
Eros estava de pé, um pouco afastado dos outros, com o corpo tenso, braços cruzados e olhar fixo no nada — ou em alguma coisa dentro dele que nem ele conseguia alcançar.
Evelin caminhou decidida até ele. Parou tão perto que ele ergueu os olhos, surpreso.
— Anda. — disse ela, direta. — Vem comigo.
Os outros se calaram por um segundo. Olhares se cruzaram. Alguns desconfiados, outros apenas atentos.
Silas assobiou, baixo. — Ihhh... — Mas Selene o cutucou com o cotovelo, silenciando-o.
Evelin nem olhou para trás.
Apenas se virou e seguiu