O amanhecer trouxe uma luz dourada que filtrava-se preguiçosa pelas copas cerradas de Myralis. O som dos pássaros retornava, tímido, como se até eles precisassem de tempo para acreditar que a noite anterior, carregada de sombras e tensão, havia finalmente passado.
Mas não havia paz, não de verdade. Apenas uma trégua.
O grupo já estava desperto há algum tempo, mexendo nos pertences, ajeitando mochilas, reorganizando os suprimentos. A fogueira, reduzida a brasas, ainda cuspia pequenos fios de fumaça, espiralando no ar frio da manhã.
Ninguém comentava diretamente sobre Morghast — como se nomeá-lo pudesse fazê-lo surgir novamente entre as árvores. Mas o peso dele estava ali. Como um cheiro entranhado nas folhas.
Evelin, ajoelhada perto de uma raiz grossa, dobrava cuidadosamente o mapa recém-descoberto. Seus olhos, no entanto, não estavam no papel. Vez ou outra, fugiam para Eros, que, alguns passos adiante, ajeitava a espada no cinto, os olhos semicerrados, atento demais a sons que só ele