"Um vínculo destinado a unir três almas agora os coloca em constante perigo. Elira, Draegon e Thalrik desafiaram as leis da natureza ao se conectarem, mas essa união, ao invés de protegê-los, atrai forças que testam seus limites. Entre escolhas impossíveis e segredos que podem destruir o que construíram, eles precisarão enfrentar não apenas os perigos ao redor, mas também as consequências desse laço proibido que ameaça consumir tudo que amam."
Leer másDois Alphas e Uma Luna - O Erro Fatal
Prólogo - "O Presságio" A noite estava envolta em um véu de sombras profundas, como se o próprio céu tivesse decidido guardar um segredo terrível. A Lua cheia pairava no alto, banhando a floresta em um brilho prateado, mas havia algo errado. O ar estava pesado, denso com uma tensão palpável, como se a natureza segurasse a respiração diante do que estava prestes a acontecer. No coração da floresta, um círculo de pedras antigas se erguia, seus contornos cobertos de musgo e cicatrizes do tempo. Ali, o vento sussurrava histórias esquecidas, e a terra parecia pulsar com energia, uma batida lenta e ameaçadora. Era um lugar onde o tempo não existia, onde o passado, o presente e o futuro se cruzavam em um único momento. Uma figura solitária estava de pé no centro do círculo. Sua respiração saía em nuvens brancas contra o ar frio da noite. A postura era rígida, como se estivesse pronta para enfrentar o mundo inteiro, mas os olhos traíam algo diferente, dúvida. Medo. E uma pergunta que ninguém poderia responder. — Não deveria ser assim. — A voz cortou o silêncio, baixa, rouca, carregada de uma mistura de raiva e desespero. O vento pareceu ouvir. Ele soprou com mais força, arrancando folhas dos galhos altos e fazendo o tecido da capa da figura ondular como uma bandeira de guerra. De repente, a clareira se encheu de um som estranho, um eco profundo que parecia vir de dentro da própria terra. Era um rugido, ou talvez um lamento, algo que fazia o coração disparar e a pele se arrepiar. A figura caiu de joelhos, as mãos pressionando o chão úmido enquanto um grito silencioso ecoava na alma. Foi então que aconteceu. Dois pares de olhos apareceram na escuridão, brilhando com uma intensidade quase sobrenatural. Um era dourado, ardente como o sol no auge de sua força, uma promessa de destruição incontrolável. O outro era azul-acinzentado, frio como o gelo eterno, uma ameaça sutil e mortal. Ambos carregavam o peso de algo que não poderia ser ignorado, o destino. Eles não estavam juntos. Não estavam unidos. Eram forças opostas, opressoras, que colidiam em uma batalha silenciosa enquanto observavam a figura ajoelhada no chão. Mas havia algo errado. A conexão não era natural, não era esperada. Era um erro. Um erro tão grande que o mundo parecia tremer sob seu peso. A figura levantou o rosto, o olhar fixo nas duas presenças. A dor estava lá, misturada com algo mais profundo. Uma determinação sombria, quase desafiante. — Se isso é o que o destino reservou... então ele terá que me enfrentar. As palavras mal haviam sido ditas quando a Lua acima começou a escurecer, uma sombra engolindo sua luz prateada. O vento cessou de repente, e o silêncio voltou, mas desta vez, era absoluto. Um presságio de que algo grande, algo devastador, estava por vir. Na escuridão crescente, o rugido voltou, mais forte e mais próximo. E, naquele instante, o mundo mudou para sempre. Capítulo 1 - "O Erro do Destino" (Narrado por Elira) A noite estava fria, envolta em uma neblina prateada que parecia quase mágica sob a luz da Lua cheia. O bosque ao meu redor estava silencioso, mas não de uma forma reconfortante, era o tipo de silêncio que sussurrava segredos. Eu estava de pé no centro de uma clareira, a terra macia sob os meus pés descalços, o cheiro de pinho e terra molhada preenchendo meus pulmões. Fechei os olhos por um momento, tentando acalmar a tempestade que rugia dentro de mim. Havia algo errado. Algo que eu não conseguia nomear. Minha respiração saiu trêmula, e o som ecoou na noite, como se o mundo estivesse me ouvindo. Minhas mãos tremiam ligeiramente, mas não era de frio. Era a sensação de algo iminente, uma força que eu não podia conter. O chamado da Lua cheia estava em mim. Ele sempre vinha dessa forma, um zumbido no fundo da alma, como se minha essência estivesse sendo puxada em direção a algo maior, algo que eu nunca entendia completamente. Mas, naquela noite, havia algo diferente. Então veio a dor. Começou no fundo do meu peito, espalhando-se como fogo líquido por cada nervo do meu corpo. Soltei um grito, o som bruto e cheio de desespero enquanto caía de joelhos. Minhas unhas rasgaram o chão, e eu senti a grama fria sob minhas palmas. Uma palavra pairou na minha mente. Destino. E, como se as portas de um mundo invisível tivessem se aberto, eu senti. Não era algo que eu pudesse ver ou tocar, mas senti como um raio atingindo minha alma. Duas presenças esmagadoras invadiram minha mente. Elas eram tão intensas que era difícil respirar, como se todo o ar ao meu redor tivesse sido roubado. A primeira era fogo e fúria, como o rugido de uma tempestade devastadora. Sua força queimava, cruel e implacável, me deixando tonta com sua intensidade. A segunda era gelo, cortante e fria, mas não menos mortal. Era uma presença que fazia meu coração acelerar e congelar ao mesmo tempo, como se estivesse diante de um abismo sem fim. Eu soube naquele momento o que aquilo significava. Meu coração afundou. — Não... não pode ser. — Minha voz era apenas um sussurro, mas até mesmo a noite pareceu ouvi-la. Minutos depois, ainda trêmula e tentando processar o que havia acontecido, ouvi vozes ao longe. Elas se aproximavam, cada palavra carregada de autoridade e perigo. Me levantei com dificuldade, limpando a sujeira das mãos, quando eles apareceram na clareira. “Draegon”. Ele era a personificação da ferocidade. Alto, com ombros largos e uma postura que exalava ameaça, seus olhos dourados me fixaram como se eu fosse um incômodo. Havia algo predatório em cada movimento que ele fazia, como se estivesse pronto para atacar a qualquer momento. Seu cabelo escuro caía em ondas bagunçadas, e ele vestia roupas pretas que pareciam absorver a luz ao seu redor. “Thalrik”. Se Draegon era fogo, Thalrik era gelo. Seus olhos azul-acinzentados eram frios e calculistas, como lâminas afiadas. Ele era igualmente alto e intimidador, mas havia algo ainda mais perigoso nele, uma calma mortal que fazia meu coração acelerar de medo. Os dois eram opostos e, ao mesmo tempo, igualmente assustadores. — Então, é ela. — Draegon foi o primeiro a falar, sua voz grave como o trovão. Ele me olhou de cima a baixo, como se eu fosse uma mercadoria defeituosa. — É isso que o destino nos reservou? O desprezo em sua voz era palpável, e eu senti minhas mãos se fecharem em punhos. — Parece que o destino comete erros. — Thalrik disse, sua voz mais controlada, mas não menos cruel. — Uma Luna fraca. Eu podia sentir as lágrimas ameaçando surgir, mas me recusei a deixar que eles vissem qualquer sinal de fraqueza. — Se vocês dois são os Alphas destinados a mim, então o destino é ainda mais idiota do que eu pensava. — As palavras escaparam antes que eu pudesse contê-las. Houve um silêncio mortal na clareira. Draegon arqueou uma sobrancelha, e Thalrik apenas inclinou levemente a cabeça, como se estivesse avaliando uma presa rebelde. — Fraca e insolente. — Draegon deu um passo à frente, e eu instintivamente recuei. — Isso vai ser divertido. — Não estamos aqui para brincar, Draegon. — Thalrik o interrompeu, cruzando os braços. — Estamos aqui para deixar claro que não aceitamos isso. — E eu não aceito vocês. — Retruquei, minha voz firme, apesar do medo. — Então, estamos todos de acordo. — Não se engane, Luna. — Thalrik disse, seus olhos frios cravados nos meus. — Você pode não nos querer, mas isso não muda o fato de que está presa a nós. — Mas não temos que aceitar. — Draegon completou, sua voz cheia de desprezo. Eles se viraram, como se eu não fosse digna de mais atenção, e desapareceram na floresta. Eu fiquei ali, sozinha novamente, mas a sensação de uma força obscura não me abandonou. Algo estava errado. Eu podia sentir. O destino havia cometido um erro, mas parecia que esse erro tinha um propósito. (Enquanto Elira encara a clareira vazia, um par de olhos brilhantes surge entre as árvores. Não são de Draegon ou Thalrik, mas de algo muito mais antigo e perigoso, observando cada movimento dela.)Capítulo 214 - "O Legado do Vínculo" FINAL(Narrado por Elira) O plano etéreo tinha um silêncio peculiar, um que não intimidava, mas também não confortava. Era um lugar onde o tempo parecia escorregar por entre os dedos, tornando-se quase irrelevante. Mesmo assim, podíamos sentir os dias, semanas e anos passando. O vínculo entre mim, Draegon e Thalrik não apenas nos mantinha conectados, mas também nos fazia conscientes de cada pensamento, cada emoção e cada memória que compartilhávamos. Durante muito tempo, questionamos se nos tornar Guardiões nos roubaria algo humano. Perdemos a mortalidade, mas não a essência do que éramos. E, com o passar dos anos, percebi que essa conexão era mais do que poder ou dever. Era um símbolo, de união, sacrifício e amor. As tarefas como Guardiões não eram fáceis, mas nos adaptamos. Cada chamado trazia um novo desafio, uma nova ameaça ao equilíbrio. Algumas vezes, era uma força externa que tentava romper as barreiras entre os reinos. Outras, era al
Capítulo 213 - "O Primeiro Ato como Guardiões" (Narrado por Draegon) Quando assumi o papel de Guardião, achei que minha natureza, aquela que sempre buscava poder, controle e propósito, encontraria um terreno sólido. Eu estava errado. Aqui, entre mundos, onde tempo e espaço não eram nada além de conceitos maleáveis, descobri que poder e controle não significavam mais a mesma coisa. O vínculo, essa força viva que nos conectava, tornou-se mais do que apenas uma ponte entre nossas almas. Tornou-se a essência de quem eu era agora. Olhei para Elira e Thalrik, ambos absorvidos por sua própria contemplação. Elira sempre tinha aquele brilho sereno, uma mistura de força e ternura que nunca deixava de me surpreender. Thalrik, por outro lado, era uma força constante, um equilíbrio entre pragmatismo e paixão. Eles eram minhas âncoras, e, ao mesmo tempo, eu era a deles. — Pensativo? — Elira perguntou, sua voz cortando o silêncio que pairava entre nós. Eu não respondi imediatamente, apenas
Capítulo 212 - "Entre Mundos" (Narrado por Elira) Quando abri os olhos, o ar ao meu redor parecia vibrar com uma energia quase viva. Não era frio nem quente, era algo completamente novo, como se o espaço entre mundos tivesse sua própria essência. O lugar onde estávamos não se parecia com nada que já tivesse visto, e, ao mesmo tempo, havia algo familiar nele. O chão sob meus pés não era sólido, mas também não era líquido ou vapor. Era uma superfície que mudava a cada instante, refletindo fragmentos de paisagens que eu reconhecia, florestas do mundo mortal, mares dos planos etéreos, montanhas de terras desconhecidas. Tudo estava ali, fundido em uma harmonia caótica que desafiava a lógica. Minha respiração saiu entrecortada, e percebi que não era apenas o ambiente que me desconcertava. Havia algo dentro de mim que havia mudado. O vínculo. Ele não era mais uma força externa conectando nossos espíritos. Agora, ele era parte de mim, tão intrínseco quanto meu próprio coração. — Voc
Capítulo 211 - "O Peso da Escolha"(Narrado por Thalrik) O silêncio que nos envolvia era tão denso quanto o plano em que estávamos presos. Cada respiração parecia uma luta contra o peso invisível que pairava sobre nós. A relíquia, ainda pulsando com a energia do vínculo, lançava reflexos dourados que dançavam nas formas fragmentadas dos Primordiais, agora presos em sua prisão de luz. Eles estavam enfraquecidos, mas não derrotados. Não ainda. Elira e Draegon estavam ao meu lado, suas figuras iluminadas pela relíquia. Eu conseguia sentir suas emoções tão claramente quanto as minhas próprias. Draegon estava determinado, um pilar inabalável de força, mas por trás dessa fachada eu podia sentir uma profunda tristeza. Elira, sempre tão confiante, agora lutava contra a dúvida. Mas o que me surpreendia era a mim mesmo. Eu, Thalrik, o sempre reservado e analítico, sentia um turbilhão de emoções que não podia ignorar. Era como se o vínculo tivesse rasgado todas as camadas de proteção que eu
Capítulo 210 - "Caçada aos Primordiais" (Narrado por Elira) A explosão do portal deixou o ar carregado de energia residual, uma estática que dançava na superfície da pele como um toque fantasmagórico. O silêncio que se seguiu parecia mais um presságio do que alívio. Meu corpo tremia, mas não de cansaço. Era a presença no vínculo, aquela sombra crescente que agora parecia pulsar com intenções sombrias. Olhei para Draegon e Thalrik, que estavam ao meu lado, igualmente inquietos. O vínculo vibrava entre nós, compartilhando pensamentos e emoções sem esforço, mas também amplificando nossas ansiedades. — Eles não foram destruídos completamente — murmurei, sentindo o peso da verdade nas palavras. Thalrik passou a mão pelos cabelos, seu olhar fixo nas ruínas do portal. — Não. Mas temos que descobrir para onde foram — disse ele, com uma determinação que parecia inabalável, mesmo quando seus olhos traíam um toque de medo. Draegon deu um passo à frente, sua postura ereta como um gue
Capítulo 209 - "O Retorno ao Mortal"(Narrado por Thalrik) A transição entre o plano espiritual e o mundo mortal foi um choque. Um momento, estávamos envoltos em luz e energia pura, no seguinte, eu estava de joelhos sobre o chão frio e úmido da fortaleza. Meu corpo tremia com a intensidade da mudança, e a primeira coisa que notei foi o silêncio. Um silêncio profundo, interrompido apenas pela minha respiração ofegante. Olhei ao redor. Elira estava de pé, sua postura tensa, mas seu rosto mostrava determinação. Draegon estava ao meu lado, ainda de olhos fechados, como se lutasse para assimilar o que acabara de acontecer. E então, eu senti. O vínculo, antes uma presença discreta, agora era algo muito maior. Era como se cada fibra do meu ser estivesse entrelaçada com as deles. Não era apenas uma conexão, era uma fusão de nossas almas, uma constante troca de pensamentos, emoções e até mesmo memórias. Era intenso. Levantei-me, sentindo o peso da transformação. — Vocês também estão
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