Evelin
A primeira luz da manhã filtrou-se entre os galhos altos, pousando como véus dourados sobre a terra ainda úmida da floresta. Evelin acordou encolhida sobre a cova recém-fechada, com o rosto pressionado contra o musgo frio e os dedos entrelaçados à raiz de uma árvore. Seu corpo doía. Os membros estavam entorpecidos pelo sono desconfortável, mas a alma… a alma pesava como se carregasse eras inteiras de tristeza.
Não sabia quanto tempo dormira ali — se fora apenas algumas horas ou a noite inteira. O tempo havia perdido seu significado desde que Elsha partira. Vivia entre lapsos de memória e as tarefas que precisavam ser feitas para não afundar por completo.
A lavoura, ainda molhada do orvalho, esperava por ela. Sempre esperava. Desde a morte do pai, fora Elsha quem ensinara a Evelin como lidar com a terra, como respeitar o ciclo das sementes, como ouvir o vento para prever a colheita. Agora, sozinha, as mãos que antes só sabiam colher carinho precisavam colher sustento.
Empunhou a