Em um futuro neomedieval, o pirata Ônix Pedra-Negra é um dos poucos conhecedores do passado da humanidade, enterrado antes do recomeço. A promessa de um Novo Tempo, livre de guerras e desavenças, nunca foi cumprida. Os soberanos abusam do poder conquistado e o mundo está ameaçado. Caberá ao pirata, inspirado em personagens do passado esquecido, enfrentar as injustiças, e quem as promove, para salvar o futuro. Ônix, porém, é um cretino mulherengo, embora extremante eficiente com a espada e bastante inteligente para irritar quem prefere vê-lo como oponente, assim como para trazer novas perspectivas a quem tiver coragem de considerá-lo um aliado.
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Nota do autor:
Ônix é uma obra oriunda de uma possibilidade. Recorre a um possível futuro. Uma única linha entre infinitas, num mar de universos paralelos.
Tal futuro, em tal universo, no entanto, nasceu a partir desse tempo presente, neste universo.
Cada livro da Saga do Novo Tempo é um relato sobre alguns personagens desse futuro. Cada livro é independente, embora se complementem. Ônix é um deles.
O livro Ônix, entretanto, difere significativamente dos outros, por traçar uma ponte entre esse possível futuro e o nosso tempo e ter a ousadia de atravessá-la.
A ponte é alta. O livro Ônix é uma vertiginosa e filosófica aventura pirata a se desdobrar na diversão. É um ponto de partida numa jornada atemporal pelo universo do Novo Tempo. Entrelaça o cotidiano com o fantástico na esperança de transformar os dois num só.
Não é para muitos. É para mim e para quem há de ser...
Importante: Esta é a versão estendida do meu primeiro livro lançado em 2009 e foi concluída em 2016. A demora em publicá-lo é justificada pelo fato de eu me dedicar a outras artes, como esculturas e teatros. Também por isso, o lançamento desta versão só aconteceria no primeiro mês de 2018.
Quem conhece minha história sabe que no quarto dia de tal ano, meu mundo desabou numa perda indescritível. Uma provação para a qual eu não estava e nunca estaria preparado. Verdade seja dita, este livro ganhou um novo significado e talvez eu tivesse vontade de atualizá-lo ainda mais para acentuar cada momento importante além das páginas, embora através delas. Não o farei, porém.
Este livro é um registro mais puro do amor que encontrei neste mundo, da forma como está escrito. Sem o peso da perda, talvez ele seja uma lembrança constante de um amor que não terá fim e de que a morte é uma separação temporária.
Assim sendo, leve em consideração que tudo o que será lido daqui em diante, foi escrito quando eu ainda tinha o amor da minha vida ao meu lado. A minha dedicatória continua a mesma e mesmo sendo uma prece que por algum tempo não poderá ser atendida, continuará sendo meu eterno desejo.À minha amada;
Que os ventos soprem forte minhas velas em direção a seus braços; para cada novo momento, nos quais, me refaço. Aceito minhas verdades; das mentiras, me desfaço. Seu sorriso me desarma, sua respiração, tão perto, me acalma. Que cada gota caída do céu até hoje represente muitos beijos, com os quais ainda me contemplará. Presentes. Que me contem seus desejos e que eles sejam meu mar...
Phemba retirou a pedra do pescoço e a arremessou no ar. Ela se desdobrou num imenso dragão negro feito a ônix da qual se originou e os gatos tiveram de cravar suas garras no chão por causa do vento gerado pelo bater de asas dele, até o imenso ser pousar diante deles.A deusa caminhou na direção da criatura e se virou para os felinos. Ela estava diante do peito do dragão. O anel de cristal no dedo dela brilhou até ser absorvido e desaparecer.– É o momento de eu aceitar meu poder pleno e fazer o que precisa ser feito – ela falou.A deusa deu um passo para trás e desapareceu dentro do dragônix que brilhou em pura luz até mudar de forma e deixar se apagar. O corpo que resultou disso foi o de uma criatura draconiana, embora humanoide. Não tinha uma cabeça de dragão e nem de humana e sim um aspecto que lembrava quase uma leoa de escamas.&nbs
O homem no centro do círculo não hesitou e disse:– Não vim aqui para ser perdoado. Vim fazer uma última aposta na qual a minha vitória, caso exista, será também a sua e só por isso me importo. A vida deve ser isso. Uma partida de xadrez, na qual tudo se converge no inevitável desfecho anunciado e nos resta a escolha de considerar apenas o fim ou toda a jornada e acho que está certa. Toda a minha jornada foi toda. Aceito sua condição.– Últimas palavras? – Phemba do fogo quis saber.Onda se virou para os gatos e falou:– Acho que agora é uma despedida de fato. Como entenderam, eu não volto, seja como for.– E como vamos saber se sua teoria estava certa ou não? – Einnie perguntou, dando um passinho à frente.– É provável que não tenham certeza – Onda respond
Phemba de cabelo azul perguntou, após um breve instante de silêncio de todos ali, como se ela considerasse considerar a possibilidade, embora pudesse ser apenas crueldade refinada, ao alimentar falsa esperança no coração do homem:– Você se lembra de ter escrito essa conversa quando estava no passado, ou na mente do tal escritor?– Me lembrava de mais coisas da vida lá, no instante que fui despertado pelos gatos. Mas foi como se eu tivesse trazido um baú muito grande com muitas moedas de muitas faces diferentes e precisasse dar uma última olhada antes de enterrar o baú em algum lugar da minha mente e só tivesse tempo de olhar bem para a face de algumas delas. Passei dias cavando, enquanto meditava aqui, e considero ter chegado perto. Sinto que me lembrarei com certeza se nos tornarmos apenas um.Ele não se importava em oferecer tudo o que podia, embo
Onda respirou fundo. Era o momento. Com muita serenidade, falou:– Cheguei à conclusão de que talvez Holdur não tenha me enviado para o passado no século XXI, no qual eu teria sido um escritor. Claro que ele achou que estava fazendo isso, mas mesmo o saber dele não era absoluto. Considero que ele pode ter me enviado para fora desta nossa realidade construída dentro de uma realidade maior que existe agora, neste instante, na qual o tal escritor e criador da nossa realidade existe e ainda vive na era dele, o tal século XXI. E se eu não fui o escritor, mas sim me conectei a ele a ponto de ver através dos seus olhos?O silêncio foi constrangedor, por um instante. Gillig o quebrou, comentando:– Que brisa louca sopraram na cara dele?Einnie concordou e disse:– Me lembre de nunca passar dias meditando. Tinha o Quê naqueles chás que ele bebeu?&ndas
Ele já havia sido chamado por muitos nomes. Antes de ser Ônix, ele tinha sido Dáverus. E depois voltou a ser o deus, sem deixar de ser o pirata. Estava acampado naquela planície próxima a um riacho, com seus dois companheiros de viagem: Einnie e Gillig, a gata e o gato dotados da capacidade de falar. Se é que poderia se dizer que eles estavam em viagem.Gillig havia se afastado um tanto e, ao regressar, resmungou, por finalmente encontrar o pirata de olhos abertos.– Já faz vários dias que estamos aqui e a maior parte deles você passou meditando, Onda, meu querido. Achei que iríamos até Phemba. Ou alguma delas, pelo menos, depois que saltamos daquele precipício para cima do dragão negro gigante, que você guardou outra vez nessa poke-pedra que carrega no pescoço. – Onda? – perguntou o único com corpo humano ali.
Capítulo XXII –A resposta finalLeela suspirou, ciente de não poder alongar indefinidamente o seu tempo de fuga. Havia parado de chorar, mas sua voz ainda denotava tristeza, ao dizer:– Quero saber como termina a vida de meu pai, antes de voltar a pensar na minha. Pode me contar?– Naquele tempo tecnológico, ele viveu toda uma vida e, consequentemente, encontrou aquilo que chamam de morte. O corpo do século XXI viveu o máximo que pôde, mas não era um corpo destinado a viver séculos – respondi. – Enquanto o elo de vida, entre a consciência e aquele corpo, se desfazia, seu pai sentia pequenas lambidas em seu rosto. Ao abrir os olhos, viu, primeiramente, o céu. Em seguida, o par de olhos felinos se colocou entre ele e o imenso azul. Entendeu as pequenas lambidas a despertá-lo. Era uma gata,
Último capítulo