Sombras de Sangue e Rosas

Sombras de Sangue e RosasPT

Fantasia
Última actualización: 2025-10-22
Aurora Drich  En proceso
goodnovel16goodnovel
0
Reseñas insuficientes
5Capítulos
9leídos
Leer
Añadido
Resumen
Índice

Em 1846, Sophia Halloway, uma jovem de espírito livre e curiosidade perigosa, muda-se para a mansão de sua tia viúva em Ravenshore, uma vila esquecida pela modernidade e cercada por lendas. Dizem que a floresta ao norte é amaldiçoada — que ninguém retorna após atravessar seus portões de ferro. Lá, Sophia conhece Alaric Vane, um nobre recluso e enigmático que raramente é visto à luz do dia. Ele habita o antigo Castelo de Avelmor, e sua presença desperta tanto desejo quanto temor. Quando uma sequência de mortes inexplicáveis perturba a vila, Sophia se vê dividida entre a atração irresistível pelo misterioso conde e o horror das verdades que ele esconde — um amor que desafia o tempo, a morte e a própria natureza humana. Entre rosas carmesim, segredos de sangue e promessas quebradas, nasce uma paixão amaldiçoada… e uma guerra silenciosa entre o amor e a escuridão.

Leer más

Capítulo 1

Capitulo 1- A Estrada para Ravenshore

O crepúsculo descia sobre o condado de Ravenshore como um véu de cinzas. As árvores, retorcidas e úmidas pela neblina constante, inclinavam-se sobre a estrada de terra, formando arcos naturais que pareciam observar a carruagem que avançava lenta, rangendo sob o peso da chuva.

O vento uivava entre os galhos como um lamento antigo. O cheiro de terra encharcada misturava-se ao da madeira molhada, e cada trovão parecia vibrar nas costelas dos cavalos. Dentro da carruagem, Sophia Halloway tentava ignorar o frio que se infiltrava por entre as frestas da janela. Enrolada em seu xale de lã, observava o campo enevoado, onde sombras dançavam sob o relâmpago como figuras de outro mundo.

Era sua primeira vez tão longe de Londres — e a sensação era de que havia deixado não apenas a cidade, mas o próprio mundo para trás. Tudo em Ravenshore parecia mais antigo, mais silencioso, como se o tempo ali tivesse parado para ouvir os sussurros da terra.

Seu pai havia morrido meses antes, deixando-lhe apenas dívidas e uma carta da irmã dele, Lady Margaret, convidando-a a viver em sua propriedade no interior. O convite soara generoso demais — e agora, com o som distante dos lobos ecoando pela mata, Sophia começava a se perguntar se não havia sido também uma armadilha.

— Ainda falta muito? — perguntou ao cocheiro, erguendo a voz sobre o barulho da chuva.

— Não mais que uma milha, senhorita — respondeu ele, sem olhá-la. A voz soava tensa, apressada. — Mas convém rezar para que os portões ainda estejam abertos.

— Portões? — ela perguntou, franzindo o cenho.

O homem não respondeu. Apenas chicoteou os cavalos, impaciente.

Sophia se voltou para a janela. O vidro embaçado refletia seu próprio rosto pálido, o cabelo ruivo desgrenhado escapando do coque, os olhos verdes arregalados. Por um instante, pareceu ver outro par de olhos — escuros, fixos, onde não deveria haver ninguém.

Ela piscou. Nada. Apenas o bosque denso e a névoa engolindo o caminho.

Mas então, algo se moveu entre as árvores. Rápido demais para ser humano.

O coração dela acelerou.

Um estalo seco. Depois, um relincho. Os cavalos empinaram, e a carruagem inteira sacudiu como se tivesse sido atingida por algo invisível. Sophia gritou quando o veículo derrapou e tombou de lado.

O mundo girou — e tudo se fez silêncio.

Ela sentiu o gosto metálico do sangue no lábio e o cheiro forte da lama entrando pelas frestas. Por um momento, ficou ali, ofegante, até que o medo venceu o choque.

— Senhor? — chamou, tentando sair. — Está tudo bem?

Nenhuma resposta.

O silêncio lá fora era pesado demais. Quase... atento.

Sophia empurrou a porta com esforço e caiu na lama. O vestido, agora encharcado, colava-se à pele, e o frio cortava seus ossos. O cocheiro não estava mais no assento. Apenas as rédeas balançavam sozinhas.

Ela engoliu em seco.

E então viu.

À frente dos cavalos, uma sombra imóvel. Alta, esguia, envolta por um sobretudo escuro. A chuva escorria por ele sem molhá-lo. Quando deu um passo à frente, o ar pareceu mudar — pesado, denso, como se a própria noite prendesse a respiração.

Sophia recuou instintivamente.

— Está ferida? — a voz dele quebrou o silêncio. Grave, rouca... e estranhamente suave.

Ela hesitou, tentando enxergar o rosto sob o capuz. — Eu… acho que não. Mas… meu cocheiro… desapareceu.

Ele se aproximou mais um passo, e o relâmpago iluminou o contorno de um rosto: feições marcadas, maxilar firme, a pele branca como mármore — e olhos tão escuros que pareciam não refletir a luz.

— Vá para a estrada — disse ele, a voz baixa, quase um comando. — Este lugar não é seguro.

Ela sentiu o estômago se revirar, não apenas pelo medo. Havia algo na presença dele… uma força que a fazia querer obedecer, e ao mesmo tempo, o impulso contrário — o de se aproximar.

— Quem é o senhor? — perguntou, a voz tremendo mais de curiosidade que de pavor.

Ele sorriu. Um sorriso lento, frio, mas... belo. Não havia calor nele, mas algo que a fez estremecer.

— Apenas alguém que prefere a noite.

Ela o observou. O capuz deixava entrever o brilho de uma fivela dourada no colarinho e o reflexo de algo como uma corrente prateada, fina, no pescoço. Mas o que realmente a perturbou foi perceber que ele não parecia respirar.

Um raio iluminou a estrada — e por um instante, ela teve certeza de que os olhos dele brilharam em vermelho.

Sophia deu um passo para trás. — O senhor… mora por aqui?

— De certa forma. — Ele inclinou a cabeça, avaliando-a. — E a senhorita, o que faz sozinha em Ravenshore, à beira da noite?

— Estou indo à mansão Halloway. Lady Margaret é minha tia.

Por um momento, algo mudou na expressão dele. Um reconhecimento silencioso, um vestígio de interesse… ou de lembrança.

— Então é você — murmurou, quase para si.

— O quê? — ela perguntou, mas ele não respondeu.

Um trovão sacudiu o chão. Quando Sophia piscou, ele já não estava mais ali.

Ela girou, o coração martelando. A estrada estava vazia. Apenas a chuva fina caía outra vez, como se nada tivesse acontecido.

Mas o ar ainda carregava o cheiro doce de rosas esmagadas.

Sophia olhou para baixo — uma pétala vermelha estava presa à barra de seu vestido. Pegou-a entre os dedos, e por um instante, jurou sentir o calor de um corpo recente naquele pequeno fragmento.

O cocheiro foi encontrado alguns minutos depois, correndo pela estrada, pálido, jurando ter ouvido um sussurro dentro da floresta. Nenhuma alma acreditou nele, mas Sophia... acreditou.

Quando finalmente chegou à mansão de sua tia, ainda trêmula, jurou não contar a ninguém o que vira.

Mas ao atravessar o grande hall de entrada, viu, sobre a mesa de mármore, uma única pétala vermelha.

E, na névoa além do portão, dois olhos escuros a observando — fixos nela, como se já a conhecessem.

Desplegar
Siguiente Capítulo
Descargar

Último capítulo

Más Capítulos

También te gustarán

Novelas relacionadas

Nuevas novelas de lanzamiento

Último capítulo

No hay comentarios
5 chapters
Capitulo 1- A Estrada para Ravenshore
Capítulo 2 – A Chegada à Mansão Halloway
Capítulo 3 — A Névoa Sobre Ravenshore
​Capítulo 4 — O Álbum Proibido
​Capítulo 5 — Os Sussurros da Cidade
Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP