Ana já estava sentada, enrolada num xale de lã verde-oliva. Lia calmamente o jornal do dia com os óculos na ponta do nariz. Augusto, com o rosto sério, passava os olhos por um relatório impresso, tomando pequenos goles de café.
Sofia descia as escadas devagar, com a mão repousando na barriga. Nina vinha atrás, carregando um caderno de desenhos.
— Bom dia — disse Ana, sem tirar os olhos do jornal.
— Bom dia, sogra. Dormiu bem? — perguntou Sofia com gentileza, sentando-se ao lado de Nina, que logo começou a desenhar uma árvore torta e uma casa no campo.
José apareceu minutos depois, ajeitando os punhos da camisa.
— Clara já saiu pro hospital — informou, sentando-se ao lado de Augusto. — Plantão dobrado hoje.
Gertrudes, sempre silenciosa, servia o café com movimentos precisos. Apenas seus olhos pareciam atentos demais, como se cada pessoa à mesa carregasse um segredo que ela conhecia de cor.
Amanda entrou logo depois, usando um suéter de lã grossa, os cabelos presos num coque displicente