A neve cobre os campos. A casa está mergulhada no silêncio da madrugada. Ana dorme profundamente, exausta, encolhida sob várias cobertas.
Uma batida na porta.
Governanta
Senhora Ana... Senhor Augusto...
Ligação do hospital. É urgente.
Ana desperta de sobressalto. Augusto, já de pé, pega o telefone da linha segura. Seu rosto endurecido muda num instante.
AUGUSTO
Ela acordou...
Ana se levanta num pulo, os olhos arregalados.
ANA
O quê?
AUGUSTO
A Amanda... nossa menina... ela acordou, Ana.
O silêncio da fazenda é rompido pelo eco das palavras. Era como se, ali, no coração gelado da Rússia, uma fornalha de esperança tivesse sido acesa. Ana leva as mãos à boca, chora de alívio. Um milagre... ou simplesmente Amanda sendo Amanda.
O silêncio dentro da UTI era sagrado. Amanda, deitada, respirava sozinha, os olhos ainda abertos, porém vagos, tentando entender o mundo à sua volta. A mão de Ana apertava a dela com força, como se pudesse ancorá-la de volta à vida.
No corredor, reunidos, estavam Jo