João passou as mãos pelo rosto, ainda atordoado com a revelação. Seus olhos estavam vermelhos, o peito arfava. Ele deu um passo à frente, olhando Mirela com seriedade:
— “Nós precisamos esclarecer essa história, Mirela... Isso muda tudo.” — sua voz era firme, mas ainda tomada pelo choque.
Antes que Mirela pudesse responder, a porta do quarto de Amanda se abriu lentamente. O som da madeira rangendo no silêncio da casa fez os dois virarem ao mesmo tempo.
Amanda estava ali.
A camisola branca contrastava com sua expressão fria, olhos atentos, mesmo com o rosto ainda pálido e os movimentos lentos. Encostou-se à moldura da porta, buscando equilíbrio, mas manteve a postura ereta, altiva como sempre.
— “O que está acontecendo entre vocês?” — ela perguntou, em tom calmo, mas cortante como navalha. — “Poderiam me explicar?”
Silêncio.
João engoliu em seco. Mirela desviou os olhos. O constrangimento era quase palpável, como uma parede entre os três.
— “Amanda...” — João começou, hesitante. — “Não