Depois de comerem, não pensaram em sair.
Liandra não quis.
Não hoje.
Não quando Rafael estava tão perto, tão inteiro, tão dela.
Ela se sentou na cama com as pernas cruzadas, o cabelo solto, o olhar faiscando de algo que era difícil de nomear. Desejo. Curiosidade. Fome. Saudade. E um pouco daquela ousadia tímida que só surgia quando ela estava com ele.
Rafael arrumava a mesa improvisada com frutas e chá, mas qualquer observador veria que sua atenção estava concentrada nela. No jeito que ela o olhava. No cheiro dela. No vínculo pulsando.
Ele sempre fora contido, maduro, disciplinado. Mas aquela noite… não havia disciplina possível.
Liandra terminou de tomar seu suco e ficou observando Rafael com a atenção que ele tentava fingir que não percebia. Cada movimento dele chamava os olhos dela. O cabelo escuro, as mãos grandes, o jeito tranquilo de arrumar tudo como se tentasse manter a mente ocupada.
Mas não conseguia.
O cheiro de jasmim dela preenchia o quarto inteiro.
Ela sorriu.