A luz da manhã atravessava a janela e tocava a pele de Liandra quando ela abriu os olhos e, pela primeira vez em dias, não havia aquele espaço vazio no peito.
Dormir com ele.
Ali, no peito dele.
Sentindo a respiração, o calor, o cheiro…
Depois de cinco dias de tormenta, era como mergulhar num lago quente depois de congelar por dentro.
Ela se espreguiçou devagar, como se o corpo tivesse finalmente lembrado o que era calma.
Quando levantou o rosto e viu Rafael a observando, apoiado no cotovelo, com aquele olhar sereno, profundo, intenso… o sorriso simplesmente aconteceu.
Não era timidez.
Era desejo tranquilo, seguro.
Ela tinha tentado tudo na noite anterior, absolutamente tudo, e ele tinha resistido como um condenado.
Mas dormir com ele, sentir o peito dele subir e descer, o cheiro dele envolvendo cada pensamento… aquilo havia curado qualquer frustração.
— Bom dia — ela murmurou, rouca de sono, porém iluminada.
Rafael passou o dedo devagar pela linha do queixo de