Liandra sabia que estava impossível.
Os guerreiros fugiam dela desde o início da tarde, cada um inventando uma desculpa mais ridícula que a outra.
“Prometi ajudar na cozinha.”
“Preciso revisar relatórios.”
“Estou com uma dor estranha no ombro.”
Claro. Dor no ombro causada por ela.
Mas Liandra não conseguia culpar ninguém. Estava cansada… mas cansada de saudade. Saudade que mordia. Saudade que irritava. Saudade que transformava até seu ar em algo afiado demais.
E admitir isso era o que mais doía.
Sozinha no tatame, ela respirou fundo e preparou outro golpe. Mas antes que executasse, um aroma cortou o ar.
Mirtilos.
O coração dela simplesmente falhou uma batida.
O cheiro ficou mais forte. Puxou-a pela memória, pelo instinto, pelo vínculo que recusava ser ignorado.
Ela ergueu o olhar…
E lá estava ele.
Rafael Almoura caminhando pelo galpão, postura serena, olhar firme, presença devastadora.
Por um instante, Liandra achou que estava imaginando. Quase riu sozinh