Rafael tentou dormir.
Mas o corpo não obedecia.
A cada vez que fechava os olhos, via a cena se repetindo, Liandra cercada por alguns lobos, uma deles atacando, os gritos, o sangue, o risco real de perdê-la.
Era como se o próprio ar o rasgasse por dentro.
O lobo não se aquietava.
Ele se levantou da cama da suíte da matilha, a mesma que lhe fora reservada, e caminhou até a janela.
Lá fora, o céu ainda carregava tons acinzentados do amanhecer.
Nada parecia em paz.
Pegou o celular.
Abriu a lista de contatos.
O número dela estava lá, ele havia decorado no enquanto estava na sala de reuniões, quando André deu ordens e mencionou “Liandra” entre as comunicações.
Chamou.
Uma, duas, três vezes.
Sem resposta.
Rafael passou a mão pelos cabelos, inquieto.
A voz de seu lobo ecoava em seu interior, uma mistura de instinto e desespero.
Ela está sozinha.
Saiu do quarto sem avisar ninguém.
O carro o esperava na entrada.
Ele dirigiu sem pensar, como se o próprio c