Felipe permaneceu junto à cama até o último instante permitido.
Alice ainda dormia, o rosto sereno, os fios de cabelo espalhados sobre o travesseiro.
O som ritmado do monitor era o único sinal do quanto ela ainda lutava.
Ele tocou de leve a mão dela, e por um instante, o mundo pareceu se alinhar outra vez.
Mas o medo ainda estava lá, escondido sob o controle que ele forçava manter.
A porta se abriu devagar, e a médica, doutora Helena, voltou.
— Ela foi sedada — explicou, em tom calmo. — O corpo precisa descansar. É provável que permaneça assim pelas próximas horas, talvez até o fim do dia.
Felipe ergueu o olhar.
— Ela vai acordar, certo?
— Tudo indica que sim — respondeu a médica. — Mas o corpo precisa de tempo. O organismo dela passou por mais do que o suportável… e ainda assim, resistiu.
Ele assentiu, respirando fundo, e olhou uma última vez para Alice.
Quando se virou, Julie e André o aguardavam à porta.
— Eu vou ficar — disse, a voz firme, mas cansada. — Quero permanec