A manhã chegou silenciosa, banhada pelo dourado do sol de Phoenix.
O quarto estava vazio. O outro lado da cama, onde Felipe dormira, ainda guardava o calor do corpo dele.
Alice ficou deitada por alguns instantes, os olhos abertos, o coração inquieto.
Havia um silêncio estranho, um vazio que não era ausência, mas pressentimento.
Ela respirou fundo, e o perfume dele, morangos selvagens, parecia se espalhar de novo no ar.
Sem saber como, ela o sentiu.
Não era lógica, nem razão. Era algo mais, o mesmo elo invisível que a puxava em sua direção.
Levantou-se, arrumou o cabelo e vestiu uma roupa leve. Caminhou pelos corredores silenciosos, sem se perguntar onde ele estava.
Seus pés apenas a levaram.
O som de uma voz firme e grave veio de uma porta entreaberta.
Ela reconheceu.
Bateu suavemente.
— Pode entrar. — A voz de Felipe veio, serena, mas densa.
Alice abriu.
O escritório era amplo, com janelas altas que deixavam entrar a luz dourada da manhã.
Felipe estava em pé diante de uma grande tela